Questionado sobre a judicialização em torno de uma obra do Circuito Urbano de Arte (Cura), criada pela artista mineira Criola em um prédio na rua São Paulo, centro de Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) afirmou, em entrevista ao “Roda Viva”, da TV Cultura, nessa segunda-feira (30), que a polêmica é uma “boçalidade”.
“Tenho dó desse boçal. Não passa de um boçalóide. O que que você vai fazer com um cara desse? Não sei quem é, não me interessa. O mundo está boçalizado. Eu sou neto de imigrante, sofri segregação. Se eu sou atleticano hoje é porque os únicos que aceitaram ser amigos da minha avó e meu avô eram negros. O que que eu vou fazer com um boçal? Com quem acha que não pode abrir parada gay? Desde um disco voador que eu quero ir embora, vem me buscar”, avançou Kalil na entrevista.
O painel, que tem 1.365 m² foi pintado em 2018 e, na última semana, foi colocado em judice por um morador que estava insatisfeito com o desenho e pediu à Justiça para que a obra fosse apagada. À época da idealização do projeto, o Cura informou que a administração do prédio levou a questão para o “Conselho Consultivo do Condomínio” e, a pintura, aprovada. Apenas um morador havia se manifestado contra a decisão.
“Foi, então, convocada uma Assembleia Geral Extraordinária que confirmou a decisão pela realização da pintura, em que estiveram presentes 55 condôminos, tendo todos votado a favor, exceto o tal morador que, na sequência, entrou com uma ação pedindo judicialmente o apagamento da obra”, explica o Cura em nota.
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