COLUNISTAS ATIVOS

Eleições municipais: um balanço geral

Reflexões sobre o status da política em nosso país

Por Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2020 | 03:00
 
 

No último domingo, fomos às urnas para eleger nossos representantes mais próximos. Eleições municipais são os instrumentos mais antigos de democracia em nosso país, sendo o primeiro sufrágio para representantes de Câmaras municipais datado de 1532. 

Os mandatários do município, prefeitos e vereadores, vivem e trabalham na mesma cidade dos seus eleitores, conhecendo de perto seus dilemas. Eleger bons representantes nas eleições municipais é imprescindível, pois estes têm poder decisivo para a melhoria na qualidade de vida das pessoas por meio de educação infantil, tratamento primário de saúde, segurança preventiva, transporte coletivo e uso do solo.

Os resultados de domingo trazem reflexões importantes sobre o status da política em nosso país. Inicialmente, a pandemia da Covid-19 trouxe uma preocupação quanto à participação. 

Fecharam-se as urnas com 30,58% de somatório entre abstenções, nulos e brancos, índice pouco maior que o da eleição local anterior, de 2016, que totalizou 27,8%. Considerando as restrições impostas em todo o país, o aumento foi inexpressivo, e o Brasil fica na tendência ocidental de lento aumento da não participação eleitoral.

Nos ganhos de prefeituras e vereanças, percebemos algumas mudanças políticas. Uma tentativa de reorganização e reinvenção eleitoral da esquerda, transferindo protagonismo do PT para outras siglas, como PDT e PSOL. Um reforço da posição eleitoral de partidos de centro, que mantêm capilaridade no interior. Uma frustração do crescimento de movimentos da direita, com a expectativa criada pelo resultado das eleições de 2018.

As eleições municipais se relacionam de forma ambígua com a eleição geral que a sucede. Os problemas da cidade são muito próprios, e poucas vezes o fator de apoio federal e estadual é decisivo, porém há uma dedicação dos partidos para fortalecer suas bases eleitorais e eleger mandatários locais que deem suporte para as campanhas estaduais e nacionais dali a dois anos. 

Importante nesse sentido é a mudança eleitoral que impediu as coligações em cargos proporcionais, o que resultou em fortalecimento da representatividade partidária e na pulverização das vagas entre as legendas.

Também gostaria de deixar registrada a expansão do Partido Novo em sua segunda eleição municipal, quando partimos da marca de quatro vereadores em 2016 para eleger 29 parlamentares neste ano (quatro em nosso Estado de Minas Gerais, sendo três na capital e um em Poços de Caldas).

Esse crescimento segue a tendência de consolidação e expansão com qualidade que o Partido Novo almeja, com candidatos qualificados e triados por processo seletivo e campanhas realizadas sem a utilização de dinheiro público advindo do Fundo Eleitoral.