Laura Serrano

Ensino a distância: educação básica para o rico e para o pobre

Igualdade de oportunidades durante o isolamento social

Por Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2020 | 03:00
 
 

Educação a distância nada mais é que uma modalidade da educação realizada por meio do uso de tecnologias em que professores e alunos estão separados espacial ou temporalmente. Em outras palavras, o processo de ensino-aprendizagem ocorre sem a necessidade de contato presencial. Em tempos de isolamento social para conter a propagação da Covid-19, a educação a distância é uma alternativa inteligente para manter as crianças aprendendo e evitar a evasão escolar, mesmo com a suspensão das aulas na rede pública estadual de ensino. Inclusive, muitas escolas privadas já estão adotando a prática da educação a distância com sucesso.

Mas não é justo que, enquanto dure a pandemia na saúde, apenas as crianças de famílias de renda mais alta possam estudar por estarem matriculadas em escolas particulares. As crianças de famílias mais pobres devem usufruir de igualdade de oportunidades e, sendo assim, não podem deixar de aprender durante o período do necessário distanciamento social. Pensando nisso, o governador Romeu Zema, por meio da Secretaria de Educação, lançou o Plano de Estudos Tutorado (PET): uma iniciativa com atividades semanais que faz parte do sistema de educação a distância da rede pública vai permitir que as crianças de baixa renda também possam continuar a estudar.

A educação a distância em Minas Gerais ocorrerá de forma digital e com o uso de tecnologia. Será possível baixar o PET no site da Secretaria de Educação. A inovação que chama mais atenção é o aplicativo de celular para professores e alunos, em que será possível gerenciar aulas e materiais didáticos. Haverá teleaulas transmitidas pela TV Rede Minas e pelo YouTube com quatro horas de programação diária, sendo uma hora de transmissão ao vivo para solução de dúvidas em tempo real. As teleaulas, específicas com conteúdo programático de cada série escolar, serão ministradas pelos próprios professores da rede pública que se apresentaram de forma voluntária para as gravações.

Alguns podem se perguntar como os alunos de baixa renda terão acesso ao conteúdo online sem recursos para pagar internet ou um smartphone. O consumo de dados móveis para uso do aplicativo, tanto pelos professores quanto pelos alunos, será custeado pelo governo. Ou seja, nós, contribuintes mineiros, estamos permitindo que crianças da rede pública não parem de estudar. Além disso, professores que não tiverem equipamentos de informática para realizar o teletrabalho poderão pegar emprestado das próprias escolas.

Os diretores iniciaram o teletrabalho na semana passada para planejar o retorno dos professores às atividades remotas a partir de amanhã. As aulas estão previstas para o início de maio, e as escolas permanecerão fechadas. Não haverá flexibilização do isolamento social, preservando os alunos e os profissionais da educação que continuarão em casa. Em situações pontuais excepcionais, poderá ocorrer trabalho presencial em escala mínima e com revezamento. É o caso do auxiliar de serviços básicos, quando houver necessidade, por exemplo, de desentupimento de calhas para não comprometer equipamentos da escola em episódios de chuva intensa.

A educação a distância na escola pública, assim como ocorre em muitas escolas particulares, proporciona ensino para crianças independentemente de sua classe social. É a tecnologia à disposição da educação básica. O Estado liberal do governo Zema prioriza a aplicação do dinheiro dos contribuintes onde realmente importa, e o resultado é o acesso à educação para a criança mineira, seja ela rica ou pobre.