Laura Serrano

Diretora geral da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG). Mestre em Economia. Deputada Estadual de 2019 a 2023.

Laura Serrano

Por que reduzir o distanciamento físico mínimo nas escolas?

Publicado em: Seg, 13/09/21 - 03h00

A última atualização do protocolo sanitário de retorno às aulas presenciais publicado pelo governo de Minas foi realizada na última sexta-feira, incorporando importante flexibilização reduzindo o distanciamento físico de 1,5 m para 0,9 m e alterando a lotação máxima permitida nos ambientes escolares de 33% para 50%. Felizmente, atualmente todas as macrorregiões de Minas Gerais encontram-se na Onda Verde, menos restritiva ao apresentar indicadores epidemiológicos e de atendimento em saúde mais favoráveis.

O avanço da vacinação reduziu consideravelmente o número de casos graves e óbitos por Covid-19 em Minas Gerais. Enquanto no boletim de 5 de agosto o número de óbitos confirmados nas últimas 24 horas foi de 137, em 8 de setembro passou para 21, representando uma redução de 85% nos óbitos. Os professores foram priorizados na vacinação e agora caminhamos para vacinar os adolescentes de 12 a 17 anos no nosso Estado. A ciência já comprova que a transmissibilidade do coronavírus em crianças é bem menor que em adultos.

Praticamente todas as atividades econômicas foram retomadas. Ainda que inicialmente de forma gradual, a maioria das atividades têm se aproximado do nível de normalidade cumprindo os protocolos sanitários adequados. Mas, nas escolas, tem sido diferente. Cerca de metade dos municípios mineiros não reabriram as escolas para aulas presenciais, nem de maneira gradual ou híbrida. Dos que reiniciaram as aulas dentro da escola, o distanciamento mínimo exigido entre as carteiras e o rodízio entre alunos fez com que, na prática, o retorno fosse muito tímido.

No início, essa cautela foi necessária inclusive para monitorar os impactos do retorno às aulas presenciais. No entanto, uma família que vê seu filho indo para escola quase nenhum dia durante o mês não entende por que estamos falando que as aulas presenciais voltaram. Com razão! O retorno presencial das atividades pedagógicas dentro da escola deve ser efetivo e, para isso, precisamos que os alunos presentes na escola seja uma realidade frequente, e não um evento esporádico.

Com o presente cenário favorável, é o momento para uma nova flexibilização do protocolo sanitário, principalmente no que se refere ao distanciamento físico mínimo dentro das salas de aula. A redução do distanciamento físico para 0,90 m está de acordo com o preconizado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), fonte científica confiável utilizada pela Fiocruz como referência para os protocolos sanitários contra a Covid-19.

Reduzir o distanciamento mínimo nas salas de aulas significa mais crianças dentro da escola com acesso à educação. Em meu mandato, trabalho incessantemente para que as crianças e jovens mineiros tenham acesso à educação básica de qualidade. Na última quarta-feira, me reuni com o secretário de Estado de Saúde, dr. Fábio Baccheretti, para reforçar minha sugestão de avaliação da redução do distanciamento mínimo nas salas de aula para o valor preconizado pelo CDC. O resultado dessa importante reunião e de todo o trabalho que o governo de Minas tem feito em prol da educação básica foi conquistado na última sexta-feira.

Muito mais do que 50 cm, estamos falando do acesso à educação básica para milhares de crianças. Muito mais do que 50 cm, é o futuro da sociedade que está em jogo.

 

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