A ala ideológica de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “lavou as mãos” quando se trata do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. Segundo um parlamentar mineiro ouvido pela coluna, já se entendeu que “não tem jeito” e que o ministro é quem garante a governabilidade no Legislativo.
Mas, eles esperavam uma atenção maior do presidente, uma vez que estão com Bolsonaro desde antes a época das eleições.
“A gente só esperava que o presidente também mostrasse algum apreço pela ala ideológica, já que a sensação é de que o Ramos é quem todo o poder. E não é bem assim. Não é assim mesmo. A gente entende a questão da governabilidade e por isso ‘temos que engolir’, mas é preciso cuidado com quem sempre esteve presente”, resumiu um parlamentar mineiro.
Nos últimos dias, o racha entre as alas ideológicas e militar do governo federal foi escancarada pelas redes sociais, ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chamar Ramos de “Maria Fofoca”. No último domingo (25), Salles se desculpou com o ministro da Secretaria de Governo também pelas redes sociais.
"Conversei com ministro Luiz Eduardo Ramos, apresentei minhas desculpas pelo excesso e colocamos um ponto final nisso. Estamos juntos no governo, pelo presidente Bolsonaro e pelo Brasil. Bom domingo a todos", publicou no perfil dele no Twitter.
Ramos também comentou pelas redes sociais: "Uma boa conversa apazigua as diferenças. Intrigas não resolvem nada, muito menos quando envolvem questões relacionadas ao país. Eu e o @rsallesmma prosseguimos juntos em nome do nosso presidente @jairbolsonaro e em prol do Brasil", escreveu o ministro.
A saída do militar da Esplanada é defendida, inclusive pelos filhos do presidente, como o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Mas, isso tem passado longe dos planos de Bolsonaro, assim como também qualquer pedido de afastamento de Salles.
Ramos conta com a total confiança do chefe do Palácio do Planalto e também dos líderes do Centrão e do Legislativo, como os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Eles, inclusive, foram às redes sociais, nos últimos dias, para defender o ministro da Segov.