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Fransciny Alves é nossa enviada a Brasília e traz bastidores da política mineira e nacional direto de lá

Articulações

Apoio do centrão a Bolsonaro desidrata Maia e planos para presidência da Câmara

Publicado em: Seg, 11/05/20 - 14h55
Rodrigo Maia | Foto: Lula Marques/AGPT

Nos bastidores, comenta-se que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “sentiu” a manobra feita pela equipe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que atraiu o centrão para o Palácio do Planalto. Com isso, Maia acendeu o sinal amarelo para outra articulação importante: as eleições para a presidência da Casa no ano que vem.

Isso porque Bolsonaro se aproximou do líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL). Antes muito próximo de Maia, ele já vinha articulando para a disputa pelo comando do Legislativo no ano que vem, e agora ganha mais força ao se aproximar do governo federal. O alagoano também lidera um dos blocos do centrão, que conta com 220 parlamentares.

A leitura no Parlamento era de que antes Maia deliberava sobre a pauta na Casa com três políticos – o líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB); o líder do PL, Wellington Roberto (PB); e Lira – o que permitia chegar em um consenso mais fácil. Contudo, com a aproximação de Bolsonaro, o jogo virou e muitos já enxergam que o atual presidente está desidratado.

Por estar com a “máquina”, vários líderes de partidos do centrão acreditam que é mais vantajoso ficar com Lira, uma vez que há o que negociar. Além do PP, ele conta com o apoio hoje de Republicanos, PL, PSD, Solidariedade, e tentar atrair outros, como PTB, PSC, Pros, Avante e Patriota.

De outro lado, por conta do desgaste com brigas com Executivo, a análise interna é de que Maia dificilmente vai conseguir reeditar a aliança de antes, tendo DEM, MDB e parte do PSDB hoje com os mais fiéis.  A Constituição determina que o mandato de quem assume a presidência da Câmara é de dois anos, sem possibilidade de reeleição no mesmo mandato.

Assim, o deputado do DEM hoje tem como prediletos para sucedê-lo: Aguinaldo Ribeiro e Baleia Rossi (MDB-SP). Eles, no entanto, não têm bom trânsito como os políticos do “baixo clero” do Legislativo.  

Outros nomes

Mas outros parlamentares também estão de olho na presidência da Casa, como o vice-presidente do Congresso Nacional, Marcos Pereira (Republicanos-SP); ex-líder do DEM Elmar Nascimento (BA); Marcelo Ramos (PL-AM); e o mineiro Fábio Ramalho (MDB).

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