Já é dado como certo na Câmara dos Deputados que Flordelis (RJ) deve ter o mandato cassado, uma vez que não se trata de uma questão política, mas sim da acusação de ela ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho do ano passado. No entanto, há uma preocupação de que esse tema se estenda demais no Legislativo, não tenha uma solução até dezembro e isso prejudique a imagem do Parlamento.

A representação que pode culminar na perda de mandato da deputada foi apresentada pelo mineiro Léo Motta (PSL): “Eu acredito no Ministério Público e na Polícia Civil do Rio de Janeiro, e o desfecho do caso me deixa mais convicto de que a deputada precisa se explicar melhor. A imunidade parlamentar deveria ser usada em função do mandato. Eu jamais poderia concordar, após o indiciamento de várias pessoas, de ela continue usufruindo das prerrogativas de um parlamentar”.

Flordelis apresentou, na última quarta-feira (16), a defesa escrita na Corregedoria. O corregedor, Paulo Bengtson (PTB-PA), tem até 45 dias úteis para apresentar parecer, mas ele disse que não vai utilizar todo o período. Caberá a Mesa Diretora decidir se o processo deve seguir para análise do Conselho de Ética, para abertura de processo. No entanto, o colegiado ainda precisa retomar as atividades. 
 
Por conta da pandemia da Covid-19, as comissões não foram instaladas neste ano. A Mesa apresentou projeto que permite a retomada dos trabalhos do conselho e de outras três comissões, mas não teve acordo de votação. A esquerda entendeu que outros pontos do projeto dão poder demais ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que na última quarta-feira testou positivo para o coronavírus, o que pode atrasar as articulações.