Sem cargo político

Jucá ainda transita no Senado com pose de líder

Assessores e senadores admitem que sentem falta da articulação do emedebista

Por Fransciny Alves
Publicado em 20 de dezembro de 2019 | 03:00
 
 

“Quem foi rei nunca perde a majestade”. É assim que tem sido com o ex-senador Romero Jucá (MDB), que, mesmo sem o seu famoso bigode, continua indo e vindo de vento em popa pelos tapetes azuis do Senado, onde ainda transita com aura e pose de líder. Uma das mostras de que, mesmo sem cargo político, ele não vai deixar de marcar presença no espaço é o nome dado à consultoria que criou: Blue Solution Government Inteligence. No negócio, Jucá abre espaço no poder para os clientes.

Nos 24 anos em que esteve no Legislativo, Jucá foi líder dos governos FHC (PSDB), Lula (PT), Dilma (PT) e Temer (MDB). E, hoje, assessores e senadores admitem que sentem falta da articulação do emedebista. A avaliação é que os líderes do governo no Congresso pecam por não terem o poder de articulação do ex-senador, o que faz com que assuntos considerados “simples” se arrastem pela Casa. 

Se há saudade por um lado, por outro há representantes da “nova política” e senadores que não gostam de dividir holofotes, ficando incomodados com a presença de Jucá. Apesar de não contar com a influência de antes, o emedebista continua sendo ouvido em algumas tomadas de decisões e participando de reuniões teoricamente restritas. “Isto não contribui em nada para a imagem do Parlamento: ter o nome ainda associado ao dele”, queixou-se um parlamentar do grupo Muda, Senado.