Em café com jornalistas na manhã desta quinta-feira (19), na residência oficial da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em tom irônico que vai ser “bem interessante” se o Jair Bolsonaro vetar o trecho do Orçamento que separou R$ 2 bilhões do fundo eleitoral para campanhas políticas em 2020. Ele ressaltou, no entanto, que esse é um direito do presidente.
Questionado se a atitude de Bolsonaro vai ser incoerente, uma vez que o valor já estava previsto no projeto do Executivo, Maia disse que não, mas destacou que esse jogo de empurra causa insegurança na sociedade e o Legislativo também pode adotar postura semelhante.
“O que parece é que ele está olhando uma parte da sociedade que com razão, tem críticas ao fundo eleitoral e fala pra essa sociedade. Agora, imagina se o Parlamento começar a querer falar também para parte da sociedade. Vamos aqui fazer uma política do salário mínimo com 5% de aumento real todos anos, vamos ser aplaudido por grande parte da sociedade brasileira. Mas vamos obrigar o Presidente da República a vetar esse projeto porque ele não tem amparo no Orçamento público”, afirmou.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro disse que havendo brecha legal vai vetar, no Orçamento de 2020, os R$ 2 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional para o fundo eleitoral.
“Em havendo brecha vou vetar, porque não é justo esse dinheiro para campanha. O dinheiro vai para quem? Para manter no poder quem já está. Dificilmente vai para um jovem candidato. A campanha tem de ser feita em condição de igualdade”, disse o presidente ao deixar o Palácio do Alvorada nesta manhã.
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