"Climão”. Foi assim que terminou a audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a perda dos Estados com a Lei Kandir. Parlamentares mineiros que participaram da reunião, realizada na última segunda-feira, relataram que a sala do STF ficou pequena para o tamanho do desconforto causado pelo secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Ele teria ficado irritado após uma explanação de menos de cinco minutos feita pelo governador Romeu Zema (Novo), que defendeu que a União compense de alguma forma as administrações estaduais pela desoneração do ICMS. Em relação a Minas, o cálculo é de que a perda chega a R$ 135 bilhões.
Após o governador, Mansueto quebrou o protocolo e pediu a palavra. Exaltado, contestou a fala de Zema e pontuou que a compensação da Lei Kandir não vai solucionar os problemas e, por isso, os Estados precisam descobrir outras formas de lidar com a situação, em função do déficit do governo federal.
Chamou atenção o fato de o secretário ser o responsável por conduzir o polêmico Plano de Regime de Recuperação Fiscal, ao qual Zema quer aderir. “Se for assim que os trabalhos do regime estiverem sendo conduzidos, vai demorar para ter qualquer tipo de resultado positivo”, avaliou um deputado.