A crise no PSL está longe de chegar ao fim, e isso tem respingado em deputados federais mineiros, que estão perdendo espaço na Câmara ao continuarem apoiando o presidente Jair Bolsonaro em detrimento do comandante do partido, deputado federal Luciano Bivar (SP). Um dos parlamentares é Cabo Junio Amaral. Ontem, ele foi pego de surpresa ao descobrir durante sessão na Casa que não era mais vice-líder do partido no Legislativo.

Na ausência do líder, Delegado Waldir, em plenário para orientar os correligionários sobre a votação da Medida Provisória 886/2019, que reformula a estrutura do Poder Executivo, o mineiro encaminhou os colegas de legenda para se posicionarem de forma contrária à retirada do texto da pauta de interesse do Planalto. Contudo, cinco minutos depois, Waldir desautorizou Amaral e ainda advertiu o presidente da Mesa para que não sejam aceitas orientações que não partam dele.

Após esse episódio, a liderança do PSL avisou o parlamentar que ele não ocupava mais a vice-liderança. Outros políticos do partido têm perdido cargos em comissões da Casa. “Parlamentares alinhados ao Bolsonaro estão sendo retaliados. Não é questão de comportamento inadequado aqui dentro. Só pelo simples fato de declararem apoio ao presidente. Eu não achei que o PSL ia ser imaturo ou canalha nesse nível de, no dia de hoje (ontem), atacar as proposições do governo”, disse Amaral.

Enquanto Bolsonaro e Bivar travam essa luta, colocando em situação delicada os mandatos dos parlamentares, ele completou que é motivo de glória se os deputados forem expulsos da agremiação por apoiar o presidente.