Brasília

'Não se surpreenda se me ver em um ônibus em Belo Horizonte', diz Bolsonaro

O presidente disse que durante esse momento de pandemia do novo coronavírus está na alegria e na tristeza ao lado dos brasileiros

Por Fransciny Alves
Publicado em 18 de março de 2020 | 16:14
 
 
Na manifestação deste domingo (15) o presidente Jair Bolsonaro deu a mão e pegou o celular de várias pessoas Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro disse que não é para ninguém ficar surpreso se vê-lo dentro de um ônibus em Belo Horizonte ou no metrô lotado de São Paulo durante esse momento de pandemia do novo coronavírus. Isso porque, segundo ele, "está na alegria e na tristeza ao lado dos brasileiros". A declaração foi dada durante coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (18), no Palácio do Planalto. 

Ele foi questionado por jornalistas se, agora, com a confirmação de que dois ministros contraíram a doença, considera se agiu errado por ter ido às manifestações no último domingo (15). Ele afirmou que no dia do protesto já havia recebido o resultado dos exames que apontaram negativo para o Covid-19.

O presidente completou ainda que não foi às ruas, mas sim desceu a rampa do Palácio do Planalto ao final da manifestação. Mas, na oportunidade, ele cumprimentou cidadãos que participaram do protesto. 

“Eu, como chefe do Executivo, o líder maior da nação brasileira, tenho que está na frente, junto com o meu povo. Não se surpreenda se você me ver nos próximos dias entrando num metrô lotado em São Paulo, entrando numa barca na travessia Rio-Niterói em horário de pico ou dentro de um ônibus em Belo Horizonte. Isso longe de demagogia ou populismo. É uma demonstração que estou ao lado do povo na alegria ou na tristeza. É o exemplo que sempre dei na minha vida como soldado do Exército”, disse.

Sr. @jairbolsonaro no Metrô em SP, será? pic.twitter.com/IOCj0BbZKl

— 🦠😷 SP Sobre Trilhos 🚈 (@SPSobreTrilhos) March 18, 2020

Na manifestação do último domingo, os participantes protestaram contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e criticaram os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Alguns apoiadores chegaram a pedir o fechamento do Congresso Nacional. Sobre isso, Bolsonaro declarou que não ofendeu nenhuma dessas entidades.

“Em nenhum momento eu usei da palavra para falar contra o Congresso Nacional ou contra o Supremo Tribunal Federal. Muito pelo contrário. Se tiver que falar um dia em público, falarei da importância dessas duas instituições para o destino do nosso país, em especial pelo papel da defesa da democracia que eles exercem”, declarou. 

Infectados

Nesta quarta-feira, foi anunciado pela União que dois ministros contraíram o novo coronavírus: o de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. Com isso, sobe para 17 o número de pessoas que participaram da comitiva presidencial aos Estados Unidos e estão com o vírus.

Já na última terça-feira (17), o presidente realizou novos exames para saber se contraiu o Covid-19 durante a viagem, e o resultado foi negativo. Além dos 17 brasileiros já confirmados, o prefeito de Miami, Francis Suarez, está com o novo coronavírus. Foi ele quem recebeu a comitiva brasileira.