Os sindicatos e associações que respondem pela área da segurança pública de Minas Gerais emitiram, nesta quinta-feira (2), nota conjunta afirmando que é “inadmissível” e “desrespeitoso” que o governador Romeu Zema (Novo) quebre o acordo salarial que firmou com a classe e fizeram questão de alfinetar o Executivo, dizendo que as forças estão ajudando até mesmo na manutenção da governabilidade no Estado.
A administração estadual reconheceu, na última quarta-feira (1º), que não há previsão para se divulgar a escala de pagamento dos servidores referente ao mês de março. Isso porque o governo já estava enfrentando dificuldades financeiras anteriormente e a crise se agravou após a pandemia do novo coronavírus.
Por meio de nota, os representares disseram que os agentes, policiais e bombeiros militares, e policiais civis e penais estão cumprindo, rigorosamente, sua parte na negociação. E sustentam que, “mais do que nunca”, estão trabalhando no cumprimento de sua missão constitucional na segurança pública e para garantir a governabilidade, o combate à pandemia e o equilíbrio social.
Em agosto do ano passado, a administração estadual fechou acordo com a categoria que previa que os profissionais da área da segurança receberiam seus vencimentos em parcela única, sempre no 5º dia útil do mês, a partir de abril deste ano. Já o restante do funcionalismo continuaria tendo o salário depositado de forma parcelada.
“Não é admissível que uma negociação desta seja desmontada unilateralmente, através da imprensa. Isso é extremamente desrespeitoso e inaceitável”, ressaltaram na nota divulgada nesta quinta-feira.
Ainda é dito no documento que o governo Zema “já havia dado um tapa na cara da segurança pública”, com o veto às parcelas de reajuste de 2021 e 2022, e que a representação formal dos profissionais de segurança, civis e militares, “se manterá unida no sentido de fazer valer a negociação, cuja formalização está registrada em atas”.
No início de março, o governador vetou parcialmente uma proposta, enviada por ele mesmo à Assembleia de Minas, que reajustava os vencimentos dos servidores da segurança pública. Pelo texto, a categoria vai ter recomposição salarial de 13% a partir de julho. Zema deixou de fora os artigos que garantiam aumentos para a classe em 2021 e 2022. Os índices eram de 12% em cada um desses anos.