Entrevista

Três perguntas para Subtenente Gonzaga, deputado federal pelo PDT-MG

“Se os militares entrarem na reforma, defendo uma paralisação geral

Por Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2019 | 03:00
 
 

Por que os militares não deveriam ser incluídos na reforma da Previdência como o resto da sociedade civil?

Eu defendo, na verdade, que a Previdência nem seja reformada por agora. Precisamos de outras alternativas para ajudar financeiramente o governo. A Previdência é um instrumento de justiça social e de transferência de renda. E os militares possuem regimes de trabalho completamente diferentes de qualquer outra profissão. Eles arriscam as próprias vidas contra o crime, não possuem hora extra nem outros benefícios. O que eu defendo é que se respeite o que já está na Constituição.

Como acredita que os militares reagirão caso a categoria seja incluída no texto final da reforma?

Eles vão reagir da mesma maneira que reagiram quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propôs isso, quando o ex-presidente Lula propôs, quando o ex-presidente Michel Temer também propôs. O Temer tentou fazer isso em 2016, o assunto foi para uma das comissões, houve uma reação dos militares e no mesmo dia ele voltou atrás. Nós vamos mostrar que não é privilégio que queremos, e sim termos os nossos direitos respeitados. Agora, se a coisa for para a frente, eu não defendo greve branca dos militares, eu defendo é a paralisação geral. Aí o país veria o que é uma crise. Defendo a radicalização neste cenário.

Técnicos da área argumentam que a reforma, inclusive para os militares, é necessária. O que você acha disso?


Essa discussão tem várias formas, é só ver a receita do INSS. Há estudos sérios que mostram que não há déficit. É preciso pensar também na questão da soberania nacional que as Forças Armadas representam e defendem, assim como, em Minas, a Polícia Militar, responsável pela segurança pública no Estado, não tem um fundo previdenciário como em outros lugares. No fim, o papel da Previdência é sim da justiça social, de redistribuir a renda.