Eleições 2022

‘Minha candidatura é um ato de revolta’, diz Duda Salabert

Vereadora e candidata a deputada federal disse ainda que estar na política sempre foi um destino

Sex, 12/08/22 - 20h23
Duda Salabert (PDT) durante entrevista para a Rádio Super 91,7 FM | Foto: Reprodução

A vereadora de Belo Horizonte e candidata a deputada federal Duda Salabert (PDT) disse na noite desta sexta-feira (12), durante o Super N 2, da Rádio Super 91,7 FM, que sua candidatura é um ato de revolta contra discursos de ódio e que estar na política sempre foi um destino, principalmente por estar em um quadro de vulnerabilidade social como são os casos de travestis e transexuais. 

“Para nós, sobretudo travestis e transexuais que estamos em vulnerabilidade social, estar na política nunca foi opção, sempre foi destino. É um dever cívico, um dever político eu estar nessa disputa. Estamos discutindo aqui um projeto de sociedade, de vida. Nós temos que combater essa necropolítica. Independente do ponto de vista ideológico. Se você é de esquerda, se é de direita, elas (esquerda e direita) são ferramentas, na minha opinião, para promoção de vida. A partir que são utilizadas para promover morte, temos que nos revoltar contra ela. Então minha candidatura é um ato de revolta contra essa necropolítica que foi instaurada no Brasil nos últimos anos”, disse Salabert durante entrevista para a Rádio Super 91,7 FM

No final de julho, Duda divulgou que não seria candidata ao Senado.  “Após muito refletir, decidi não ser candidata ao Senado nas eleições deste ano, mesmo após nosso nome figurar empatado tecnicamente em 2º lugar na maioria das pesquisas já divulgadas. Agradeço a todas as pessoas que me enviaram mensagens carinhosas pedindo essa candidatura”, explicou à época pelas redes sociais. 

Outra razão foi o acordo selado entre seu partido, o PDT, e o PSDB para as eleições deste ano. O fato incomodou Duda porque o partido se aproximou do deputado federal e candidato à reeleição Aécio Neves (PSDB). “Há a possibilidade de que a maioria do partido em MG escolha apoiar o candidato a governador do PSDB. Só de haver esse risco, já é suficiente para eu retirar a possibilidade de disputar o Senado. Não quero e nem pretendo fazer parte de uma chapa para governado/Senador aliando-me com a turma do Aécio Neves”, afirmou naquela ocasião, também pelas redes sociais.

Com o acordo, a chapa do candidato ao governo de Minas Marcus Pestana (PSDB) tem Bruno Miranda (PDT) como candidato ao Senado. Pestana e o presidenciável Ciro Gomes (PDT) têm o apoio um do outro.

Kalil ficou com receio da reação de vereadores sobre distribuição de absorventes

Durante a entrevista de Duda Salabert (PDT) para o Super N 2, da Rádio Super 91,7 FM, nesta sexta-feira (12) a vereadora citou ainda que o candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte,  ficou com receio de colocar em votação na Câmara Municipal da capital mineira o projeto sobre a distribuição de absorventes nas escolas municipais. O motivo seria a reação dos vereadores conservadores e porque seria um assunto “tabu”.

“O então prefeito Alexandre Kalil ficou um pouco reticente com a proposta de distribuir absorventes nas escolas municipais porque ele entende que é um tema tabu. Menstruação é tema tabu, nós temos que enfrentar esse tema e a melhor forma de enfrentar é em sala de aula. Então o prefeito tinha essa preocupação por ser um tabu e preocupação como que a Câmara Municipal reagiria com esse debate, já que nós temos o que muitos dizem a Câmara mais conservadora da história do parlamento de Belo Horizonte”, disse Duda.

A vereadora contou que entrou em negociação com os vereadores da capital para conseguir a aprovação final, o que aconteceu nesta quinta-feira (11). Ela prevê que o prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) sancione o projeto na próxima terça-feira (16).

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