O vereador de Belo Horizonte Bruno Miranda (PDT) minimizou, nesta quarta-feira (3), em entrevista ao Café com Política, do Super N 1ª Edição, da Rádio Super 91,7 FM, a adesão do PDT à candidatura do ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB) ao governo de Minas Gerais. Em troca de um palanque para Ciro Gomes (PDT) em Minas, Miranda deve ser o candidato ao Senado na chapa encabeçada por Pestana.

Embora admita as “inúmeras divergências” ideológicas entre PDT e PSDB, Miranda lembrou que os trabalhistas já apoiaram os governos Aécio Neves (2003-2010) e Antônio Anastasia (2011-2014). “Então, assim, aqui em Minas Gerais, a gente sempre teve um diálogo com o PSDB.  Discordamos em inúmeros aspectos do ponto de vista programático, mas convergimos em outros. Sempre tivemos uma relação de respeito com o PSDB aqui de Minas”, ponderou.

Questionado sobre quais seriam as divergências, Miranda apontou que a social democracia defendida pelo PSDB tem uma visão de Estado “um pouco mais liberal do que a do PDT”. “Nós tivemos enfrentamentos com os governos do PSDB quando pensaram em privatizar, por exemplo, a Cemig, a Copasa ou outra estatal em que a gente acha que o Estado precisa ter o controle para não ter corrupção nem aparelhamento. O serviço público precisa ter tomado pelo Estado”, citou o vereador.

O candidato ao Senado, por outro lado, indicou que o PDT é mais flexível quanto às concessões de empresas e rodovias à iniciativa privada. “Pode ser feito. Você não tem que entregar um ativo do Estado, o que a gente tem de mais precioso, nas mãos do privado para fazer o que bem quer com eles”, acrescentou. 

Para Miranda, o principal da aliança foi Pestana, que já declarou publicamente o voto em Ciro, abrir o palanque para o trabalhista em Minas. “Hoje, o nosso objetivo principal é dar visibilidade ao Ciro e levá-lo para que todos os mineiros possam conhecer o seu trabalho, a sua história e o seu projeto nacional de desenvolvimento, e, quem sabe, quebrar essa argola da polarização”, reforçou o candidato.

Em tese, o palanque de Pestana em Minas estaria reservado a Simone Tebet (MDB), já que o PSDB está na chapa da senadora. Inclusive, a senadora Mara Gabrilli (PSDB) foi confirmada nessa terça-feira como a vice de Tebet na corrida para o Palácio do Planalto. No entanto, para ter o apoio do PDT, Pestana ofereceu o palanque a Ciro como contrapartida.