A candidatura de Lafayette Andrada, do Republicanos, é nosso tema hoje na série que analisa os nomes colocados à Prefeitura de Belo Horizonte. É sempre bom reforçar que o objetivo é tratar de pontos positivos e negativos, desafios e estratégias que podem ser utilizadas por cada um dos 16 nomes colocados na corrida ao comando da administração municipal.
Em relação a Lafayette Andrada, um dos pontos que pode ajudá-lo na campanha é a força do partido, principalmente junto a setores evangélicos. O Republicanos tem forte penetração nesse conjunto do eleitorado, principalmente por conta de suas estreitas relações com a Igreja Universal do Reino de Deus. A vice de Lafayette, Marlei Rodrigues, inclusive, é da igreja. Esse é um eleitorado em crescimento e que tende a ser bastante disputado na campanha.
Lafayette Andrada também ganhou um pouco mais de presença na imprensa nos últimos meses, por conta da relatoria de temas importantes no Congresso Nacional. Ele foi relator, por exemplo, do pacote anticrime aprovado por deputados e senadores, e trabalha na coordenação dos trabalhos da reforma do sistema energético no país. Esses temas tiraram um pouco Lafayette de uma zona de pouca notoriedade no meio político.
Também pode ajudar o candidato na campanha a experiência que já teve como secretário de Defesa Social do governo de Minas entre 2011 e 2012. Ainda que tenha longa trajetória no Legislativo, essa presença em um cargo da administração e comandando uma área importante e sempre em voga, como a da segurança pública, pode ser usada como prova de experiência.
Com relação aos pontos negativos e desafios na campanha, certamente Lafayette Andrada vai ser questionado sobre a falta de foco na capital mineira ao longo da carreira política. Embora tenha nascido em Belo Horizonte e tenha sido deputado estadual aqui na Assembleia por muito tempo, ele foi vereador em Lavras, depois vereador em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Tentou por diversas vezes viabilizar uma candidatura a prefeito lá, e foi de fato candidato na cidade na disputa de 2016. Após fracassar nas tentativas por lá, busca a Prefeitura de BH.
Lafayette também enfrenta a falta de apoio de peso a sua campanha. O Republicanos não conseguiu agregar outros partidos e ele também não tem apoio direto de nenhuma liderança de grande monta no país até o momento. Isso sempre enfraquece a capilaridade da campanha, além, claro, de diminuir o tempo de TV e os recursos para a realização do trabalho.
Outro ponto que pode acabar sendo usado pelos adversários é a forte relação de Lafayette Andrada com a política tradicional. Ele faz parte de uma família que está no poder ao longo dos séculos, que registrou presença em prefeituras, Assembleia, Câmara Federal, Senado, no Judiciário e em órgãos de controle. No momento em que os eleitores parecem rejeitar a política tradicional e buscar novos nomes, isso pode virar um empecilho para Lafayette Andrada na disputa que se inicia.