Ricardo Corrêa

Editor de Política de O TEMPO e escreve neste espaço diariamente

Política em Análise

Buscando novos caminhos

Publicado em: Qua, 31/07/19 - 06h24

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O posicionamento cada vez mais ideológico e extremo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem dado a senha para que forças políticas que o apoiaram na campanha comecem a buscar um caminho mais ao centro. E entre eles estão muitos homens públicos já de olho nas disputas que se avizinham. São os liberais em essência, principalmente, e os conservadores que sonham com voos mais altos. Ao longo das últimas horas, Bolsonaro ouviu reprovações de dois dos governadores mais importantes do Brasil: o paulista João Doria (PSDB) e o fluminense Wilson Witzel (PSC). Ambos são pré-candidatos naturais à Presidência da República. O primeiro, pela própria ausência de nomes em seu partido. O segundo, porque não para de falar disso.

No caso de Doria, o distanciamento está se dando aos poucos e parece ter como destino um reposicionamento da disputa à Presidência. Refratário ao PT e à esquerda, o governador paulista agora tenta se afastar da extrema direita. No centro, ou na centro-direita, ele espera vencer a polarização que tomou conta do país nos últimos anos.

Também já desembarcaram do apoio integral ao presidente o Movimento Brasil Livre (MBL) e nomes de seu próprio partido, como Alexandre Frota e Janaina Paschoal. Essa entrou com um pedido de impeachment contra Dias Toffoli por conta de uma decisão que beneficiou o filho de Bolsonaro. Só permanecem com o presidente o núcleo duro do bolsonarismo e uma parte dos militares. Outra já foi chutada pelos filhos do chefe da Nação.

Enquanto isso, a oposição, que sempre temeu mais o vice Hamilton Mourão do que o próprio Bolsonaro, resolveu falar de impeachment. As chances de prosperar são remotas. Mas o vídeo de Rodrigo Maia ontem em apoio a Glenn Greenwald mostrou que a relação do presidente da Câmara com o Planalto hoje não é boa. A reação dos bolsonaristas a essa declaração de apoio ao atual inimigo número 1 do governo vai indicar se um eventual pedido de impedimento já nasce morto ou se ficará um tempo sobre a mesa.

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