No primeiro teste após a vitória nas urnas, o bolsonarismo não vai bem. O petismo, após a primeira derrota eleitoral nacional desde o início deste século, também. Basta olhar as pesquisas já divulgadas pelo Ibope em 13 capitais brasileiras para perceber que a polarização entre esses dois grupos não parece ter qualquer relevância ao menos no início dessa disputa, muito pulverizada e que começa com os partidos de centro bastante sólidos.
Nas 13 capitais já abarcadas pelas pesquisas, ninguém vai melhor do que o DEM, dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. O partido lidera a corrida eleitoral em quatro capitais: Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba e Florianópolis. No centro do espectro também estão o PSD, que lidera em Belo Horizonte e em Goiânia, e o PSDB, que está na frente em Palmas e em Natal. O PP lidera em João Pessoa e, o Republicanos, em São Paulo.
Aliás, na capital paulista está a chance mais clara de vitória bolsonarista hoje. Mas não com um candidato que efetivamente se identifique com esse grupo. O líder é Celso Russomanno, conhecido por ir bem no início da campanha e tropeçar na reta final ano após ano. Ele foi adotado pelo presidente após o fracasso das articulações dos demais aliados na capital. Assim, apostou no candidato do Republicanos, que está hoje em um empate técnico com o prefeito Bruno Covas (PSDB).
A situação do PT não é muito diferente da de Bolsonaro. O partido corre o risco de fracassar em todas as capitais. A esquerda não vai bem, em regra, mas quando consegue driblar essa dificuldade, são outros partidos que estão à frente. É o caso de Belém, onde o PSOL lidera com Edmilson Rodrigues. Em Porto Alegre, Manuela D’Ávila (PCdoB) é quem está na liderança. Nos dois casos, os partidos têm o apoio do PT, que não conseguiu se viabilizar. Em Recife, mais uma vez, o PSB está na frente, agora com João Campos, neste caso em contraposição ao PT.
A ausência de polarização entre petistas e bolsonaristas prejudica os dois lados, claro, mas é ainda pior para os candidatos que contavam com o apoio direto do presidente. O crescimento desse grupo se daria na já famosa estratégia de contrapor o que chamam de “comunismo”. No duelo com candidatos do centrão, que são partidos que estão no escopo de alianças de Bolsonaro, fica mais difícil. E a própria presença do chefe do Executivo na campanha torna-se menos provável. Como todos sabem, não tendo base própria, Bolsonaro não quer mesmo comprar briga com os partidos desse campo que o sustenta. Se algum bolsonarista precisar dele para derrotar um nome de partido mais ao centro – com exceção do PSDB –, pode esquecer.