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É necessário dizer o óbvio mas governantes, que foram eleitos para representar o povo, têm o dever de esclarecimento para com eles. E daí advém a obrigação de que respondam às indagações que lhe são feitas diretamente no dia a dia. Quem as faz é a imprensa, cujo papel inarredável é este.
É triste ver que se notabilizou ver governantes fugindo de perguntas, correndo das entrevistas quando há um assunto desagradável para tratar ou mesmo esquivando-se até mesmo de enviar uma nota de resposta, de modo a tentar impedir o acesso à informação por parte dos cidadãos comuns. É lamentável que se escondam justamente quando há mais a esclarecer. Isso se soma a tentativas de censura, ataques gratuitos à imprensa e ofensa à honra de pessoas que têm o jornalismo como sua profissão. Nenhuma dessas atitudes é fenômeno novo. São práticas que estão aí há anos, apenas amplificadas pelo surgimento de canais de comunicação absolutamente controlados.
Em nome da imposição de um projeto de poder, há políticos que querem falar apenas por vídeos e peças gráficas nas redes sociais. Por uma razão muito simples: por lá não podem ser questionados enquanto produzem raciocínios distorcidos. Podem falar apenas daquilo que lhes interessa e não haverá quem, ao vivo, lhe confronte ou pergunte sobre algo que possa lhe colocar em situação difícil ou questione um informação incompleta ou incorreta. Argumentos em contrário ficam apenas isolados nas caixas de comentário.
Quem quer passar o mandato inteiro apenas tuitando ou fazendo lives na verdade busca governar em um grande horário eleitoral gratuito e falando apenas para os seus. Por qual razão imaginaria-se que alguém, com boas intenções, queira falar apenas para quem te venera como alguém que não comete erros? Só aquele que teme ser desmascarado em seus reais objetivos. E certamente não é disso que o país, os Estados e municípios precisam.
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