Ricardo Corrêa

Editor de Política de O TEMPO e escreve neste espaço diariamente

Política em Análise

Disputa quente para ser antagonista de Kalil

Publicado em: Qua, 05/08/20 - 10h41

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Sem uma polarização clara no início da arrancada dos pré-candidatos na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, é de se esperar que a batalha seja bem quente entre os candidatos que buscam destronar o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Com disputa em vários espectros ideológicos, certamente teremos embates duros até que alguém consiga destoar dos demais para, aí sim, desafiar o prefeito.

Uma prova disso foi dada nesta semana em reportagem da coluna Aparte aqui em O TEMPO. A disputa entre os apoiadores de dois candidatos da direita - Fernando Borja (Avante) e Bruno Engler (PRTB) - é intensa. Eles brigam pela primazia entre os eleitores conservadores, sabendo que apenas um deles deve resistir. Não há espaço para os dois nessa parcela do eleitorado.

Não é difícil imaginar que o mesmo pode se dar na esquerda. Afinal, Áurea Carolina (PSOL), Nilmário Miranda (PT) e Wadson Ribeiro (PCdoB) também disputam uma mesma parcela do eleitorado. Assim, para que alguém consiga suplantar os mais de uma dezena de candidatos colocados, é preciso que, primeiro, consiga demonstrar força diante dos demais nomes na esquerda.

Além do mais, há também os candidatos que se colocam ao centro e que fazem uma disputa particular. João Vitor Xavier (Cidadania), que aparece numericamente à frente dos demais no primeiro momento, Luísa Barreto (PSDB) e Professor Wendell Mesquista (Solidariedade), por exemplo, estão nesse grupo. Além do duelo nesse miolo, eles vão ter que rivalizar com os que se destacarem na esquerda, na direita conservadora e entre os liberais, como Rodrigo Paiva (Novo).

O fato é que, sem coligação na eleição proporcional, as composições para que se reduza a quantidade de candidaturas ficam mais difíceis. Ninguém tem muito mais a oferecer além de uma vaga de vice. E como estão todos embolados, à exceção de Kalil, ninguém vai largar facilmente a possibilidade de ser candidato. No fim das contas, sabe-se que, principalmente por conta dos altos índices do prefeito, no máximo um ou dois desses nomes vão de fato se viabilizar. Serão justamente aqueles que primeiro conseguirem colocar a cabeça acima dessa linha geral que hoje nivela todos os candidatos. Até lá, a briga vai ser selvagem.

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