Política em Análise

Início com o pé esquerdo

Crise do governo Zema com a Assembleia dificulta trabalho do secretário Bilac Pinto

Por Da Redação
Publicado em 04 de setembro de 2019 | 03:00
 
 

O secretário de Governo de Romeu Zema, o deputado licenciado Bilac Pinto, começou com o pé esquerdo sua missão no cargo. Escalado para resolver imbróglios que o antigo ocupante da pasta, Custódio Mattos, não tinha conseguido no relacionamento com a Assembleia de Minas, ele vê agora a situação pior do que quando entrou. 

A situação já não era boa pelo fato de a bancada tucana e o comando da Assembleia não terem gostado de como a troca foi feita. Os tucanos, por conta do que consideraram um desrespeito a Custódio Mattos, e o comando da Assembleia pois não foi ouvido sobre quem lhe substituiria.

Mas o caldo entornou mesmo na segunda-feira, quando o secretário foi à Assembleia acompanhar o governador Romeu Zema. Viu o chefe do Executivo atrapalhar bastante seu trabalho ao dizer que o presidente da Assembleia, o deputado Agostinho Patrus, era um retardatário, e que ali dinheiro não faltava. Bilac completou o serviço de desconstrução de pontes com a Assembleia ao dizer que o Estado pode atrasar o repasse de duodécimos caso o pacote de recuperação fiscal não seja aprovado.

Bilac está em Brasília mas deve saber que a Assembleia não reage bem a esse tipo de ameaça. E é sempre bom lembrar que o repasse de duodécimos é tão obrigatório e imutável quanto a transferência de recursos do ICMS, IPVA e Fundeb, que o Estado costuma tungar das prefeituras. Por isso, a frase não poderia ser pior colocada. A Assembleia parece disposta a pagar para ver e o pacote de recuperação fiscal hoje está praticamente morto.

As visitas do presidente do Tribunal de Justiça e de representantes de Tribunal de Contas , Defensoria Pública e Procuradoria Geral de Justiça, ontem, à Casa, em solidariedade a Agostinho, mostram que a briga para o governador seria gigantesca.  

Em tempo, os primeiros passos de Bilac Pinto também geraram estranheza na secretaria que passou a ocupar. O fato de não ter feito uma transição com o antigo ocupante e não ter dado atenção a uma conversa com a atual equipe prejudicou ainda mais o andamento dos trabalhos.