O novo relatório da reforma da Previdência, apresentado nessa terça-feira (2) pelo deputado Samuel Moreira, traz algumas boas notícias para o governo federal e uma péssima para as gestões estaduais. Sem acordo, a possibilidade de inclusão dos Estados e dos municípios em plenário vai ser bem mais difícil do que se já viesse no relatório. Significa dizer que provavelmente os governadores e Assembleias terão que enfrentar uma dura batalha com servidores de seus Estados para que consigam a economia necessária e pretendida pela reforma.
Já disse aqui nesse espaço que o ideal para o país é que estivesse tudo em um mesmo pacote. Não apenas a Previdência dos Estados, mas também a dos militares, que tramita separadamente. Não foi possível. No entanto, a reforma traz boas notícias para o governo federal, e guardados alguns excessos, também ao país.
Tirando daqui e colocando dali, o ministro Paulo Guedes não poderá reclamar do resultado financeiro da reforma. Ficou dentro do que pedia desde o início. A economia em dez anos, se o relatório passar na íntegra, ficará pouco acima do R$ 1 trilhão desejado por ele. A proposta original do governo, com as gordurinhas que sempre são colocadas para queimar, alcançava R$ 1,23 trilhão. No primeiro relatório, o valor caía para R$ 913,4 bilhões. Agora chegou a R$ 1,07 trilhão. Parece estar de bom tamanho.
Entre os pontos positivos da proposta está o fato de ter mantido regras mais duras para a aposentadoria de políticos e a manutenção da idade mínima para servidores federais, ainda que haja a possibilidade de serem alteradas por lei complementar. Uma dor de cabeça para o presidente será a insatisfação de policiais que gritaram palavras de ordem contra ele. Eles, que apoiaram em massa o presidente da República em sua campanha, cobravam uma transição mais suave, mas o relator manteve o texto mais duro.
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