Investigação

Senador Randolfe pede quebra de sigilos de Pazuello por contratos suspeitos

Vice-presidente da CPI da Covid pediu que sejam quebrados sigilos para apurar se houve participação do ex-ministro na contratação sem licitação de empresas para reformar imóveis no RJ

Por Da redação
Publicado em 19 de maio de 2021 | 17:14
 
 
Senador Randolfe Rodrigues pede quebra de sigilos telefônico e bancário do ex-ministro Eduardo Pazuello Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede), apresentou pedido de quebra de sigilos bancário e telefônico do ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Eduardo Pazuello, após reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, ter revelado que, em novembro do ano passado, em plena pandemia, o Ministério da Saúde contratou sem licitação duas empresas para fazer reformas em seus imóveis no Rio de Janeiro. 

Segundo a reportagem, as obras foram consideradas urgentes - por isso a licitação foi dispensada - e orçadas em R$ 29 milhões. Os contratos foram firmados pelo superintendente do Ministério da Saúde no Rio, coronel George Divério, nomeado pelo então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Depois de assinados, os contratos foram anulados pela Advocacia-Geral da União (AGU), que considerou que não havia razão para a dispensa de licitação.

Divério autorizou a contratação da empresa LLED Soluções para reformar galpões do ministério na zona norte do Rio. A obra custaria quase R$ 9 milhões.

Dois dias depois de autorizar a reforma dos galpões, em novembro, Divério autorizou, novamente sem licitação, a contratação de outra empresa para uma reforma completa na sede do Ministério da Saúde no Rio, por R$ 20 milhões. A empresa contratada foi a SP Serviços, inscrita como microempresa na prefeitura de Magé (Baixada Fluminense).

A obra foi considerada urgente com os mesmos argumentos usados para a obra no galpão. O contrato previu iluminação automática de LED na fachada, por R$ 1 milhão, e reforma do auditório, com 282 poltronas novas, a R$ 2,8 mil cada uma.

A AGU não aprovou as dispensas de licitação e os contratos foram anulados. A AGU quer que a investigação continue para verificar se há indícios de conluio entre os servidores e a empresa contratada.