O Atlético anunciou na tarde dessa quarta-feira (9), um acordo que foi feito com Ricardo Guimarães, empresário, ex-presidente e apoiador financeiro do clube, em relação ao dinheiro que o Galo deve ao empresário. O valor inicial, que seria de R$247 milhões foi reduzido a R$85 milhões, em parcelas e créditos, tudo por conta da boa relação entre as partes. O Super.FC conversou com um especialista em gestão esportiva para entender os dois lados desse acordo.
Para reduzir a dívida atual com Ricardo Guimarães, as duas partes fizeram uma série de ajustes. O empresário concordou em retirar juros e dar um novo desconto. Com isso, chegou-se ao valor de R$85 milhões, sendo que R$3,9 milhões serão pagos em quatro parcelas anuais (2021 a 2024) e R$16,1 milhões divididos em 92 parcelas mensais de R$175 mil.
A maior parte (R$65 milhões), será quitada por meio de um "crédito'' dado ao empresário para estampar o lugar de patrocinador máster no uniforme do time masculino profissional. O banco BMG, ou qualquer outra empresa de Ricardo poderá, então, ter a marca exposta na camisa do Atlético por seis anos e meio, o que equivale a R$10 milhões por anos de patrocínio.
“Não tem como falar que não é bom negócio. O clube está reduzindo a dívida. O restante do valor tem um lado muito positivo, porque você não vai descapitalizar o clube. Não vai precisar tirar dinheiro do cofre, propriamente dito, e você está garantindo um patrocínio máster, para os próximos seis anos e meio no valor de R$10 milhões, vai ter uma garantia”, afirmou Ricardo Alves, especialista em gestão esportiva.
Por um outro lado, nos próximos anos, pensando na construção da Arena MRV, das projeções dentro de campo por conta do investimento que tem sido feito e pelo bom relacionamento que o clube tem criado com o mercado, o Galo poderia receber um valor muito mais alto de um outro patrocinador máster.
A própria Betano, atual marca que estampa a parte frontal da camisa do uniforme da equipe tem um contrato com o Galo de 12 meses - desde janeiro de 2021 -, no valor de R$10 milhões, mas fechou um acordo de patrocínio com o Fluminense, por exemplo, no início de junho, no valor de R$15 milhões. Ou seja, o Atlético poderia lucrar muito mais com o patrocinador nos próximos anos.
“O clube está antecipando receita, dentro de um espaço que o Atlético tende muito a crescer. Você pega um time hoje com Hulk, Nacho, Vargas, apesar do Vargas não ser um jogador tão valorizado em Minas, mas vende muito, time com um potencial de ganhar títulos, ano que vem, de novo, na Libertadores, Arena MRV sendo entregue e você tem o seu patrocínio máster fechado, com um valor relativamente modesto. R$10 milhões, considerando o potencial do Atlético e o que ele tem feito, pode ser pouco, porque a expectativa é de um aumento significativo desse valor”, afirmou o especialista.
De acordo com a nota divulgada pelo clube, o período de parceria em relação ao patrocinador máster poderá ser reduzido ou ampliado, de acordo com a valorização do espaço na camisa. O período máximo para o caso de ampliação é de 9 anos, mas, segundo o especialista, a falta de transparência em relação a forma que isso seria feito pode gerar dúvidas.