Conselheiros beneméritos questionam, por meio de uma carta aberta à presidência do clube, possível fraude nas últimas eleições do conselho, que elegeu mais de 150 novos membros em agosto desse ano. O documento aponta que essas irregularidades poderiam impactar na tomada de futuras decisões importantes para o clube alvinegro, como a transformação do Atlético em SAF, assunto que está na pauta de votação dos conselheiros no próximo dia 21.
A carta-aberta aos conselheiros e ao presidente do Atlético, Sérgio Coelho, é assinada por Cláudio Utsch, Rodolfo Gropen e Lásaro Cândido. Segundo explicou Utsch à reportagem de O TEMPO Sports, eles receberam denúncia de que vários conselheiros teriam sido eleitos sem cumprir requisitos previstos no estatuto do Atlético, como não estar há mais de dois anos integrando o quadro social do clube.
“Havia uma prática antiga no clube de fraudar as eleições, uma forma muito simples. Pessoas líderes das chapas que não eram sócios do clube e colocavam no nome deles, dessas pessoas, cotas desativadas, de pessoas inadimplentes ou até que já tinham morrido. Com isso essas pessoas votavam e até se candidatavam” explicou Utsch.
O temor dos beneméritos que assinam o documento é que os últimos empossados possam ter usado dessa prática criminosa. “Eu fui surpreendido, após a eleição desses 150 conselheiros eleitos, que vários deles não eram sócios do clube. E dentre eles havia gente que nem reside em Belo Horizonte e nomes até de pessoas que estão no poder, o que vai repercutir inclusive contra elas”, complementou Utsch.
O conselheiro ainda frisa que até mesmo a eleição de Ricardo Guimarães à frente do conselho deliberativo poderia estar sob suspeição, já que ele poderia ter sido eleito por um conselho ilegítimo. “O conselho deliberativo ignorou meu pedido, mas, diante disso, outros conselheiros pediram o cancelamento da reunião de segunda-feira (21), porque pode estar ocorrendo um vício insanável de um presidente que pode ter sido eleito por uma assembleia criminosa”, finalizou Utsch.
Procurado pela reportagem, Ricardo Guimarães informou que vai analisar o teor do documento junto ao clube. “Mesmo porque, apesar dos ataques estarem voltados para mim, o assunto não me diz respeito, pelo menos por enquanto”, afirmou.
Também procurado pela reportagem de O TEMPO, o Atlético informou que o assunto será discutido no conselho.