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Galo reforça captação e busca um talento por semana em 2018

Clube mudou a política e tem ampliado a garimpagem nas categorias sub-20 e sub-17, conforme levantamento obtido pelo Super FC

Por Thiago Nogueira
Publicado em 26 de novembro de 2018 | 09:25
 
 
Time Sub-14 do Galo comemora título do Campeonato Mineiro de 2018 Pedro Souza / Atlético

Sarapuí, no interior paulista, Boquim, no litoral sergipano, e Alpinópolis, no Sul de Minas, são algumas das quase 40 localidades visitadas por observadores técnicos do Atlético nos dez primeiros meses deste ano. Na bagagem, uma missão árdua e criteriosa: captar novos talentos para a base alvinegra. Em 2018, o clube fez uma reformulação no setor de captação, contratou mais profissionais e formatou parcerias Brasil afora.

A iniciativa reforçou a garimpagem em categorias pré-profissionais. O resultado, obtido pelo Super FC, mostra 43 atletas de perfil diferenciado selecionados para as categorias sub-14, sub-15, sub-17 e sub-20. É praticamente um prodígio contratado por semana, já que o levantamento considera o período entre janeiro e outubro. Para tirar a nata, foram observados 1.367 garotos, número que não inclui atletas de iniciação.

“A gente realiza constantemente avaliações seletivas, não somente na região metropolitana de Belo Horizonte, mas em outros Estados. Fazemos também viagens para a observação de torneio in loco. Temos parceiros que não são funcionários, mas são de confiança, e indicam atletas para serem avaliados”, explica o gerente das categorias de base alvinegra, Gustavo Cupertino.

A reformulação do setor de captação do Galo foi proposta pelo então diretor de futebol Alexandre Gallo, demitido no mês passado, sob coordenação de Marques e com ajuda de outros ex-jogadores. São cinco observadores técnicos para a função, além de parceiros espalhados por 19 Estados.

“Os grandes clubes não podem ter uma atuação muito regionalizada. Obviamente, a gente tem uma atuação importante em Minas, mas temos que estar atento a talentos em todo o território nacional. Há uma competição muito grande”, pondera Cupertino.

Só na categoria sub-20, 15 atletas foram contratados neste ano, entre eles, nomes de equipes de elite, como o zagueiro Vitor Mendes, 19, que estava no Santos, e os atacantes Vitinho, 19, ex-Palmeiras, e Raphael, ex-Esmoriz-POR, esse último, captado ao vir ao Brasil passar férias. Os três já treinaram no time profissional.

Para trazer esses atletas, o Atlético não fez investimento de cara, com a compra dos direitos econômicos. Eles vieram por empréstimo, boa parte, com vínculos que se encerram após a Taça São Paulo, disputada em janeiro.

“Aquela rotina que você tem no profissional de empréstimo de atletas está se tornando frequente na base. Fazemos contratos mais curtos, de três ou cinco meses. Recebemos vários atletas emprestados e, dependendo da performance, exercemos ou não o direito de compra”, destaca Cupertino.

O Atlético trabalha com grupos de 30 a 35 atletas em cada categoria. Nem todos ficam hospedados na Cidade do Galo, até porque não há espaço para todos. São 131 vagas, preenchidas preferencialmente por aqueles que são do interior ou de outros Estados.

Há várias maneiras de se observar um atleta. São elas

*Indicação de parceiros

*Indicação de conselheiros

*Peneiras aberta

*Avaliações filtro

*Festivais promovidos pelo clube

Avaliação e dispensa

Para respeitar o calendário escolar, o Atlético só faz a liberação de atletas durante os recessos, ou seja, em julho e dezembro. Assim, um atleta aprovado terá, pelo menos, seis meses para ser avaliado e desenvolver suas aptidões. No fim de cada semestre, as comissões técnicas e coordenação optam pela continuidade ou não do jogador.