É melhor a torcida do Atlético “jair” se acostumando. Habituada ao estilo de jogo "pegador" de vários volantes nos últimos anos, os atleticanos convivem agora com a qualidade e a técnica de Jair, o rei do desarme na equipe alvinegra.
Ele conquistou a confiança não só dos torcedores como também do técnico Rodrigo Santana. Mesmo não atuando exatamente na função que mais gosta, o volante virou referência no setor de marcação. Ninguém desarmou mais do que ele no Galo em 2019, conforme levantamento do Super FC baseado em números do Footstats.
Jair tem média de 2,5 roubadas de bola por jogo, melhor índice entre os mais de 30 jogadores do elenco. Foram 54 posses de bola recuperadas em 22 partidas em diferentes competições do ano, com uma precisão de 85% no botes. Ex-companheiro de setor, Adilson, que abandonou o futebol por causa de um problema cardíaco, é quem mais se aproximou dos números, com 2,2 desarmes por jogo, mesmo número de Luan que, apesar de atacante, auxilia muito na marcação.
Contratado junto ao Sport no início do ano, Jair era reserva, entrava em uma ou outra partida ou quando a equipe alternativa era acionada. Mas ganhou a posição e atuou em seis das últimas sete partidas – foi poupado apenas contra o Goiás, por causa do desgaste físico.
Oportunidade
Jair cavou seu espaço após uma boa atuação em Chapecó, contra a Chapecoense, quando o Galo venceu com os reservas. “Confiança é tudo. Com a sequência, a gente só tende a melhorar. Sempre trabalhei para jogar. No começo do ano tive oportunidades. Algumas boas e outras, nem tanto, mas sempre de cabeça em pé”, destacou Jair, que usa a camisa 13 na Sul-Americana e a 88 no Brasileirão.
Em outras entrevistas, ele não esconde que se dá melhor atuando como segundo volante, saindo mais para o jogo, ajudando o ataque. Mas, no estilo adotado por Santana, Jair se encaixou com Elias, que faz sua cobertura quando preciso. O Atlético tem outros volantes considerados “marcadores” no elenco, como Zé Welison e o paraguaio Ramón Martínez, hoje reservas.