A nova gestão do Cruzeiro está disposta até a rever algumas 'tradições' para defender os interesses do clube. Em live em seu canal no Twicht, Ronaldo revelou não ter aprovado a experiência dos primeiros jogos da tenporada no Mineirão. Os elevados custos operacionais do estádio preocupam e fazem o Fenômeno buscar alternativas.
“A experiência com o Mineirão foi muito ruim. A gente colocou 13 mil pessoas no Mineirão e tivemos um prejuízo de, sei lá, R$150 mil. Pô, 13 mil pessoas e ainda ter prejuízo? Muito ruim isso", afirmou Ronaldo ao ser questionado a respeito por um seguidor.
Ronaldo se refere ao último duelo do Cruzeiro como mandante no Mineirão, a vitória de 1 a 0 sobre o Democrata de Governador Valadares, pela quinta rodada do Estadual. Na ocasião, justamente para tentar enxugar os gastos, o clube já havia aberto a venda de bilhetes apenas para alguns setores do estádio.
Entretanto, de acordo com o borderô do jogo, divulgado pela Federação Mineira de Futebol (FMF), o prejuízo teria sido bem menor, na casa de R$ 30 mil.
Segundo os números da Federação, os 10.661 pagantes teriam gerado arrecadação de pouco mais de R$ 245 mil (R$ 225 mil para o Cruzeiro e R$ 20 mil para a Minas Arena). E as despesas teriam sido da ordem de R$ 275 mil (impostos, arbitragem, segurança, prestadores de serviço), a maioria delas arcadas pelo clube.
Como primeira medida para fugir dos custos elevados, o Cruzeiro já determinou a transferência de suas próximas três partidas como mandante no Estadual para o Independência (diante de Uberlândia, Villa Nova e Pouso Alegre).
Mas a médio prazo o quadro ainda é indefinido. De olho na participação na Série B do Brasileiro, quando os jogos da Raposa contra Grêmio e Vasco, por exemplo, podem ter maior presença de público, Ronaldo e equipe devem tentar negociar com o Mineirão para diminuir os custos operacionais do Gigante da Pampulha.
Ainda nesta terça-feira (15), o Mineirão divulgou seu posicionamento a respeito das declarações de Ronaldo. Confira a nota, na íntegra:
Com relação às recentes declarações de Ronaldo Nazário, sócio-majoritário do Cruzeiro, o Mineirão esclarece que os custos de uma partida são calculados de acordo com a previsão de público definida pelos clubes, o que reflete na abertura de mais ou menos setores e na contratação de mais ou menos profissionais.
Especificamente sobre o jogo Cruzeiro x Democrata-GV, o custo operacional total da concessionária, calculado para o público solicitado de 15 mil torcedores, foi de R$ 197 mil, o que inclui toda a equipe de trabalho (seguranças, equipes de limpeza, brigadistas, orientadores, hospitalidade, coleta e transporte de resíduos, entre outros), gradeamento, insumos (energia elétrica, e água), etc, ou seja, um custo por torcedor de R$ 13,19.
As demais despesas da partida, conforme previsto em regulamento, são referentes a custos como arbitragem, ambulância, controle de doping, impostos e taxas, que totalizaram R$ 78 mil.
O jogo Cruzeiro x Democrata-GV teve um público total de 12.311 presentes, contudo, apenas 3.829 pessoas (menos de um terço do total) pagaram ingressos para acessar o Mineirão. O clube estabeleceu que, nos dois primeiros jogos no estádio, o torcedor que adquirisse o pacote da temporada não pagaria pelo bilhete. Assim, 6.832 torcedores não pagaram ingresso.
A experiência adquirida em quase dez anos de operação dá ao Mineirão a capacidade de ajustar sua operação de acordo com a necessidade dos clubes. O Mineirão reitera seu compromisso com o futebol mineiro e está sempre aberto ao diálogo a fim de propiciar o melhor resultado para os clubes e a melhor experiência para os torcedores.