A torcida do Cruzeiro será minoria no clássico deste domingo (6), no Mineirão (apenas 5.421 ingressos para o visitante), mas espera cantar mais alto do que a maioria ao final do jogo. E nem mesmo a disparidade entre os momentos vividos pelas equipes, em especial fora de campo, diminui a confiança da China Azul.
“De experiência própria, quando o Cruzeiro tinha times melhores e o Atlético estava em baixa, esses eram os confrontos que eu tinha mais medo. Gosto destes clássicos meio ‘desbalanceados’, principalmente quando o Cruzeiro está por baixo”, diz Vinícius Garcia da Silva, jornalista de 36 anos, que garantiu seu ingresso após enfrentar cerca de três horas na fila – inclusive com a presença de cambistas - na sede do Barro Preto.
Vinícius faz questão de lembrar dos últimos clássicos para mostrar que o Cruzeiro tem sim condições de sair vitorioso do clássico. “No ano passado, com um time fraco, o Cruzeiro ganhou do Atlético e não foi por sorte. Jogou bem mesmo. No ano anterior, naquele time do Adilson Batista, perdeu por 2 a 1, e só com um gol no final. Estou confiante”, afirmou.
E mesmo que a vitória não venha, o torcedor diz que isso não mudará em nada na sua confiança no time para o restante da temporada, principalmente pelo início da gestão Ronaldo no Cruzeiro.
“Reconheço a diferença do momento entre as equipes. E mesmo se o Cruzeiro perder, não vai me abalar, não ficarei chateado. Sou do time Ronaldo. Acredito que o Cruzeiro está no caminho certo, está pagando salário em dia, melhorando a estrutura da Toca, montando um time competitivo, que é o que a torcida queria”, acrescenta Vinícius, que já acompanhou o Cruzeiro em jogos na Argentina, no Maracanã, em São Paulo e vários outros estádios do país.
Quem também não mediu distâncias para acompanhar o Cruzeiro foi o gerente comercial Anderson Pereira de Vasconcelos, de 43 anos. Pernambucano, ele diz ter vindo de Recife exclusivamente para assistir ao clássico. “Surgiu a oportunidade de prestigiar o Cruzeiro e estamos aqui. Vim com a expectativa de ver um jogão. Em Recife sou sócio torcedor do Sport, mas aqui em BH viemos prestigiar o Cruzeiro. No último clássico o Cruzeiro ferrou. Vamos ver como será desta vez”, destacou.
Já vestido com a nova camisa do Cruzeiro, lançado nesta sexta-feira (4), Anderson também encarou longa espera na fila pelo ingresso na sede do clube no Barro Preto. “Demorei quase duas horas, foi meio desafiador. Tinha muito cambista, mas não concordo com isso. Falei com o pessoal: vamos ficar até o final. Não alimento esse tipo de situação”.
Com ingresso na mão após pagar R$ 133, Anderson vê o "fator Ronaldo" como um atrativo extra para o clássico. “A presença de Ronaldo é uma promessa de bom futuro para o Cruzeiro. O que ele tem feito com o programa de sócio torcedor é muito bacana para o Cruzeiro”, acredita.
Será a primeira vez de Anderson no clássico mineiro. E pelo o que ele viu até agora, a experiência tem tudo para ser positiva. “Estou muito satisfeito com a receptividade do Mineiro. Fui ao Mercado Central e também fui muito bem recebido”.
Anderson só espera que as cenas lamentáveis de violência contra delegações de equipes de futebol ocorrida nas últimas semanas no Brasil não se repitam no Mineirão. “Futebol é uma paixão. Esporte que a gente ama de verdade. Estou aqui em BH para torcer pelo Cruzeiro, sem violência, com amizade. A gente fica muito triste com tudo isso que tem acontecido. Futebol tem que ser jogado dentro das quatro linhas. É ir pra torcer pro seu clube. Briga não leva a nada. Espero que seja um clássico de paz”, finaliza.