A prefeitura de Belo Horizonte liberou a volta da torcida aos estádios, com até 30% da capacidade. Uma medida que transpõe uma das últimas barreiras relacionadas às restrições implantadas pelo município quanto à pandemia do novo coronavírus. O Cruzeiro, no entanto, vive uma situação ainda de impasse quanto à novidade. 

O clube já sabe que, a partir do momento da liberação, terá que cumprir cinco jogos de portões fechados devido aos incidentes que ocorreram em três jogos - Atlético, CSA e Palmeiras - da fatídica Série A de 2019, quando o clube foi rebaixado. Além da penalização, o time foi multado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. 

Na reunião desta terça-feira (27) quem representou o Cruzeiro foi o presidente Sérgio Santos Rodrigues. Em contato com membros da diretoria celeste, a reportagem ouviu uma sinalização positiva quanto ao asssunto, já que desde o ano passado, Sérgio foi um dos que mostraram-se favoráveis ao retorno com medidas e protocolos de segurança. O clube vê com bons olhos a decisão tomada pela Prefeitura, mas terá que lidar com as punições que possui.

As decisões que aglutinam as cinco partidas de portões fechados foram tomadas pelo Pleno do STJD, impedindo a possibilidade de recorrer. Mas a informação apurada pela reportagem é de que o clube tentará ainda verificar junto ao tribunal uma forma de receber certo alívio quanto à estas penalizações acumuladas. 

O Cruzeiro não joga com torcida desde o dia 11 de março de 2020, quando perdeu para o CRB por 2 a 0, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Além da questão da punição, o Cruzeiro ainda dependerá da CBF para poder contar com torcedores no estádio, alterando o regulamento geral de competições e atendendo aos protocolos estabelecidos pela prefeitura de Belo Horizonte. 

O que se sabe na CBF é que a entidade tem como prioridade viabilizar o retorno de público no segundo semestre. Inclusive, a CBF já vem trabalhando em um protocolo para possibilitar tal medida e utilizou até mesmo a Copa América para detalhar mais deste planejamento. Uma coisa é certa, o assunto deverá chegar ao conselho técnico da entidade, que reúne todos os clubes. Isso porque existem dirigentes que são favoráveis à presença de público fora da própria cidade do que seguir jogando com portões fechados no 'quintal de casa'. Outros já acham que existirá um prejuízo esportivo com uns tendo torcida e outros não. É esperado um papel das federações locais para ser o termômetro destas medidas e também reuniões dos dirigentes nas próximas semanas. 

Associação quer que sócios sejam os primeiros a voltar por controle 

A Associação de Clubes de Futebol foi ouvida pela reportagem e apontou que uma medida da entidade foi encaminhada juntamente à CBF na tentativa de que todos possuam público nos estádios a partir de setembro, quando espera-se que a população de 18 anos esteja vacinada com a primeira dose. Com isso, uma das medidas iniciais para evitar irregularidades quanto à compra de ingressos e apresentação de testes, é que os primeiros torcedores autorizados a acompanhar as partidas sejam o sócios. Desta maneira, a entrada deles seria controlada por meio de identificação, exames ou cartão de vacinação. Seria até mesmo uma forma de incentivar o programa de sócios de cada clube a receber um novo upgrade após perdas sucessivas de contingente durante a pandemia.