A novela Arrascaeta lembra a situação que o Cruzeiro viveu em 2013 com outro gringo: o argentino Montillo. O jogador sequer chegou a se despedir da torcida cruzeirense com uma ida à Toca da Raposa ou por meio de uma coletiva, transferindo-se para o Santos e ganhando a alcunha de “mercenário” pelo torcedor. À época, o então presidente Gilvan de Pinho Tavares afirmou que a decisão de negociar se deu pela pressão do próprio Montillo. O argentino refutou, dois meses depois da transação, a versão do cartola cruzeirense.
“O torcedor ficou bravo, me chama de mercenário, mas a verdade é que o presidente (Gilvan de Pinho Tavares) precisava me vender. Agradeço ao Cruzeiro, um grande clube que me deu a oportunidade de vir para o Brasil. Mas não tenho o que explicar ao torcedor. O presidente falou muitas coisas que não foram certas quando eu saí, para botar a torcida do lado dele. Mas eu não preciso disso. Minha consciência está tranquila”, disse o atleta na ocasião, em entrevista à revista Placar.
“Sempre fui profissional e cumpri minhas obrigações. Eu não devo nada ao Cruzeiro, e o Cruzeiro não deve nada a mim”, concluiu Montillo.
O curioso é que os temos da negociação de Montillo com o Santos são similares ao que o Flamengo oferece a Arrascaeta. À época foram justamente 10 milhões de euros à vista, excetuando que o Santos ainda disponibilizou ao Cruzeiro o retorno do volante Henrique.
A saída de Montillo foi essencial para a montagem do elenco campeão de 2013 e também 2014, uma situação comemorada por Alexandre Mattos, então diretor do Cruzeiro.
“Se hoje o Cruzeiro tem um grande elenco, é porque fizemos a opção de vender bem vendido um jogador para conseguir formatar um grande elenco”, apontou.