O torcedor do Cruzeiro queria a escalação do xodó Raniel no comando do ataque. Mas Mano Menezes não se mostra, ao longo dos mais de dois anos de clube, muito adepto a ouvir os pedidos que chegam da arquibancada. Como esperado, mesmo com muito mistério ao longo dos treinos da semana na Toca da Raposa II, escalou Hernán Barcos mais uma vez como seu homem-gol no duelo de ontem, pelas oitavas de final da Libertadores, contra o Flamengo, no Mineirão.
A aposta do treinador estrelado não surtiu efeito, mais uma vez. O gol esteve próximo, mas, sem pontaria por parte do centroavante, acabou sendo desperdiçado. Como tem acontecido nos últimos jogos de Barcos, a sorte pareceu estar brigada com o gringo. De oportunidade, tanto com Mano Menezes em campo como as oferecidas pela bola, o argentino não pode reclamar.
Barcos teve, sem dúvida, a chance mais clara de todo o jogo para abrir o placar no primeiro tempo e deixar o confronto ainda mais tranquilo para a Raposa. Ele recebeu passe de Robinho, açucarado. Mas, de coisas fáceis, talvez, o argentino não goste. Cara a cara com Diego Alves, com a meta aberta, Barcos conseguiu fazer o mais difícil: chutar mascado e direto para fora.
Mano Menezes evitou reclamar, mostrou-se até certo ponto calmo no banco de reservas. O torcedor, por sua vez, reclamou bastante, chegou a esboçar uma vaia para Barcos, mas rapidamente lembrou da importância do jogo, da vantagem no placar agregado de 2 a 0. Mas a atuação do argentino foi digna de preocupação.
“Não é fácil (o lance), eu não esperava a bola, chutei errado, acontece. Mas o importante é que o Cruzeiro está nas quartas de final. Na minha vida nada foi fácil, não vai ser agora que vai ser mole para mim”, justificou o atacante.
Além das chances perdidas, houve ainda a dificuldade para dominar a bola. E no segundo tempo teve falha novamente, em novo cruzamento, furou e viu Thiago Neves não aproveitar. Mas os torcedores da Raposa mantiveram o apoio.
Mano Menezes também teve paciência com o jogador, tentou provar que estava certo ao fazer sua escolha, mas somente até sofrer o primeiro gol, marcado por Léo Duarte. Aí foi a vez de o comandante dar ouvidos para os pedidos da arquibancada e acionar o jovem Raniel, que entrou faltando cerca de 20 minutos para o duelo acabar.