O técnico Mano Menezes viu a derrota para o Athletico-PR por 2 a 0, na noite desse sábado, no Mineirão, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, com naturalidade. A conformidade pode conflituar com a situação na tabela, mas para Mano esse sentimento se dá pelas circunstâncias que o Cruzeiro foi a campo, com sete jogadores das categorias de base.
A análise de Mano sobre um resultado que ele considera dentro da normalidade frente ao potencial do Athletico-PR, que veio com sua força praticamente máxima @otempo @supernoticiafm @superfcoficial #cruxcap #cruzeiro pic.twitter.com/iLxMnmCEPF
— Josias Pereira (@josiaspereira) July 28, 2019“Quando o Athletico decidiu colocar a equipe titular e nós o time reserva, alguém achar que o Cruzeiro não teria dificuldades em jogar contra o Athletico é porque não está acompanhando futebol há bastante tempo. Athletico é um dos melhores times do país, está nas oitavas da Libertadores como nós e vem jogando um bom futebol. Teríamos total dificuldade com o time reserva, não tenha dúvidas. Chega a ser quase criminoso você ter que expor jogadores como eu tive de fazer, porque a tendência é recair a cobrança sobre esse ou aquele, às vezes sobre os mais experientes, aí vem a vaias", disse o comandante do Cruzeiro.
"Isso chateia as pessoas, logicamente, e cada uma reage de um jeito. Estou aqui concedendo a entrevista porque sou responsável pela equipe e tenho de dar satisfação ao torcedor do Cruzeiro. Mas também não tenho vontade de vir aqui explicar uma derrota como essa, óbvio que não tenho. Mas faz parte da nossa passagem, nós escolhemos assim”, completou.
Em outra parte de sua coletiva, Mano fez observações sobre o elenco do Cruzeiro, que perdeu peças de qualidade nos últimos meses, como o meia-atacante Rafinha, o volante Lucas Silva, o zagueiro Murilo e o atacante Raniel.
“Temos um elenco reduzido, que de vez em quando ouço que é a terceira maior folha do país. Acho que já foi, mas talvez não seja mais. Ter que colocar sete jogadores meninos, alguns deles estreando, como foram os casos de Welinton e Jadsom. Sabemos o risco disso. Contra um time qualificado, vamos sofrer como sofremos e expor como nos expomos. Mas a responsabilidade é de quem toma a decisão. Não vamos destruir esse ou aquele jogador. Saímos mais confiantes de futuro de jogadores depois do jogo de Salvador. Não vai ser hoje porque perdemos, na minha opinião dentro da normalidade, que vamos ficar destruindo jogadores. Até não gostaria de expor tanto os jogadores como fiz, mas viajamos, jogamos fora, a média de idade da equipe que jogou na Argentina é de 31 anos. Para esse jogo específico, concordo 100% que a decisão que eu tinha de tomar era essa”, salientou Mano Menezes.
Questionado sobre a situação complicada que o Cruzeiro se encontra no Campeonato Brasileiro - foi o nono jogo seguido sem vitória -, Mano destacou que suas decisões estão sendo baseadas na necessidade do momento.
“A mim seria muito mais cômodo expor os jogadores ao desgaste. Para mim seria mais cômodo. Estou pensando no Cruzeiro, e não em mim. As decisões que estou tomando tem mais a ver com o clube do que com o treinador individualmente. Muito mais fácil. Eu colocaria lá, a gente ganharia o jogo de hoje, perderíamos dois ou três jogadores para o jogo de volta do River Plate, tiro do meu, e aí fica tudo bem. Não sei fazer assim, não sou assim. A responsabilidade tem a ver com as ambições do clube. Momentaneamente, temos de passar por isso. Perdemos muitos jogadores e temos jogadores importantes fora. Poderíamos ter Edilson, poderíamos ter Rodriguinho. Eles dariam mais qualidade à segunda equipe. Tivemos as saídas de Lucas Silva, Murilo, Raniel. Todos esses jogadores poderiam estar em campo em uma segunda equipe mais qualificada. Mas todos sabem que tivemos de fazer isso como clube. Passaremos pelas dificuldades que são inerentes às nossas. O bom cabrito não berra”, encerrou o treinador.
O Cruzeiro hoje é o 16º colocado do Campeonato Brasileiro, com apenas 10 pontos conquistados em 12 rodadas.