Um dos mais tradicionais times do futebol sul-americano vai cruzar o caminho do Cruzeiro na luta pelo título da Copa Libertadores. Um duelo que volta a acontecer mais de 10 anos depois. A última vez que se enfrentaram foi em 2008, em dois duelos eletrizantes justamente pelas quartas de final do torneio continental, a mesma situação de agora.

Aquele Boca que eliminou o Cruzeiro com duas vitórias por 2 a 1 tinha uma linha de frente formada por Riquelme, Palácio e Palermo, expoentes do futebol hermano. Outro conhecido atleta era Dátolo, que defendeu também a camisa do Atlético. 

Um novo momento para os Xeneizes

O rival deste ano, no quesito qualidade ofensiva, também não deixa a desejar. Atual campeão argentino, o Boca Juniors é um time que apresenta lados divergentes. Quem analisa a qualidade do plantel é o jornalista argentino Javier Lanza, que esteve na última Copa do Mundo da Rússia e acompanha o Boca Juniors. Uma das preocupações é defensiva, um mal já conhecido do futebol local e que assola, inclusive, a seleção argentina. 

"Boca é duas equipes em uma. Da metade do campo para trás sofre como uma equipe de metade de tabela no futebol argentino, mas da metade do campo para frente tem, na minha opinião, o maior poder ofensivo da América do Sul. Nenhuma equipe conta com tantas variantes ofensivas como o Boca", pontua Javier. 

O jornalista elenca as peças e atenta para a individualidade do time, o que vem dando sobrevida para Schelotto no comando do Boca. 

"Ter a Zárate, Pavón, Ábila, Benedetto, Villa e Cardona soluciona individualmente o que coletivamente o time nunca mostrou com Guillermo Barros Schelotto à frente da equipe. O Boca Juniors sempre foi uma equipe que ganhou pelo peso próprio de suas individualidades e não por seu funcionamento como time", ressalta Javier. 

OLHO EM BENEDETTO

O PERIGOSO PAVÓN

"Frente ao Libertad, embora tenha vencido os dois jogos e mostrado todo o peso ofensivo, ficou claro que, apesar de exceder a hierarquia individual, o time está longe de ser um time invencível", encerra o jornalista. 

Tévez longe da boa forma e o duelo Mano x Ábila 

O Boca Juniors ainda conta com um nome de peso, o atacante Carlitos Tévez, que fez um dos gols na vitória sobre o Libertad-PAR por 4 a 2 nessa quinta-feira. Aos 34 anos, o atacante está longe da velha forma, mas ainda é uma perigosa arma. Destaca-se no Boca a presença de Ramón Ábila, ex-centroavante do Cruzeiro. Apesar de guardar um enorme carinho pelo clube e a torcida celeste, o jogador nunca foi unanimidade no pensamento do técnico Mano Menezes. Ábila acabou negociado e o Cruzeiro optou por apostar em Raniel.