Após as alterações no contrato da SAF terem sido aprovadas na noite desta segunda-feira (4) pelo Conselho Deliberativo do clube, Ronaldo Fenômeno deve aplicar nos próximos dias mais R$ 24 milhões no Cruzeiro. E a maior parte deste montante já tem destino certo: pagamento de dívidas para quitar o transfer ban e poder voltar a registrar jogadores.

De imediato, a Raposa precisa pagar R$ 12 milhões ao Independiente del Valle, do Equador, pela contratação do zagueiro Caicedo em 2016, e R$ 1,1 milhão ao Atlético Areano pelo empréstimo do atacante Careca, realizado em 2017. 

Logo após o término da reunião do Conselho, Ronaldo garantiu que as dívidas serão pagas em breve. "Tenho certeza que vamos resolver todas as pendências e vamos ter um time competitivo. O time já é competitivo, demonstramos isso no Campeonato Mineiro e estamos demonstrando isso na Copa do Brasil. Vamos ver se conseguimos duas peças importantes para qualificar esse elenco. O que pudermos melhorar, vamos fazer", afirmou o Fenômeno.

A grande preocupação é que a janela de transferências fecha na próxima terça, 12 de abril. Caso não consiga quitar os débitos a tempo, o clube só poderia inscrever novos jogadores a partir de 18 de julho, quando já terá disputado praticamente todo o primeiro turno da Série B do Brasileiro.

Cinco jogadores já estão acertados com o Cruzeiro e aguardam apenas a resolução do transfer ban para serem oficializados: o goleiro Gabriel Mesquita (ex-Guarani); o volante Neto Moura (ex-Mirassol), o armador uruguaio Leonardo Pais (ex-Montevideo Wanderers) e os atacantes Rodolfo (ex-América) e Rafael Silva (ex-Wuhan Zall).

Entretanto, além deles, o Cruzeiro deve buscar no mercado ao menos mais um lateral direito (Rômulo tem sido improvisado no setor) e um zagueiro (após as saídas de Maicon e Sidnei).

Segundo aporte

Antes do início do Campeonato Mineiro, Ronaldo já havia usado recursos próprios para quitar débitos da ordem de R$ 24 milhões referente às contratações do meia Arrascaeta junto ao Defensor-URU, e dos atacantes Riascos (Monarcas Morelia) e Rafael Sobis (Tigres), ambos clubes do México.

Assim, quando fizer o novo aporte, ainda agora em abril, já chegará aos R$ 50 milhões de investimento inicial previstos na carta de intenção de compra de 90% das ações da SAF.

Depois, no decorrer dos próximos cinco anos, terá que investir mais R$ 350 milhões, mas não necessariamente de dinheiro do 'próprio bolso'. Boa parte poderá vir das chamadas  receitas incrementais, desde que a SAF consiga obter para o clube valores acima da média de faturamento das últimas temporadas (algo em torno de R$ 220 milhões por ano).