Logística e organização

COB foca em estrutura perfeita para delegação brasileira no Pan de Lima

Planejamento começou com três anos de antecedência para que nenhum detalhe escapasse da entidade olímpica do Brasil

Por Daniel Ottoni
Publicado em 22 de julho de 2019 | 07:10
 
 
Equipe do COB tem missão de deixar tudo pronto para quando atletas estiverem em solo peruano COB - Divulgação

Um evento do tamanho de um Pan-Americano, que começa na próxima sexta-feira em Lima, no Peru, envolve toda uma preparação fundamental para que atletas, comissões técnicas e equipes possam chegar à cidade-sede com uma estrutura preparada para recebê-los. O Brasil estará presente até o dia 11 de agosto com cerca de 800 integrantes, que chegarão à capital peruana bem depois da equipe do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Integrantes da entidade nacional precisaram se organizar com muita antecedência para que centenas de quilos com equipamentos esportivos (como remos, pranchas, varas e bicicletas) além de uniformes e materiais recebessem todo o cuidado antes de desembarcar em Lima na data planejada.

A bagagem do Time Brasil inclui ainda prensa para estampar os uniformes, máquina de lavar, geladeiras, piscinas de crioterapia, equipamentos de fisioterapia, desfibrilador e bioquímica para coleta de sangue e urina, entre outros. 

"O planejamento começa sempre três anos antes dos Jogos. Ao longo de 2018, realizamos diversas visitas de inspeção para planejamento das diversas operações em 2018, sempre em colaboração com o Comitê Organizador para ajustarmos alguns pontos e contribuirmos em relação à perspectiva dos Comitê Olímpicos Nacionais", detalha o COB, por meio de nota. “Oferecer uma estrutura de serviços com qualidade e eficiência para os membros do Time Brasil é um dos objetivos mais importantes do COB em Lima. Essa estrutura inclui uma série de demandas que requer a chegada antecipada da equipe para deixar tudo pronto", explica Marco La Porta, chefe da Missão Brasileira nos Jogos Pan-americanos.

Entre os meios de transporte usados, o navio foi algo primordial em virtude do tamanho e da capacidade de tudo que precisava chegar intacto na capital do Peru. Os containers saíram do Brasil com aproximadamente três meses de antecedência, em abril. Entre o que foi enviado, por exemplo, estiveram barcos da vela, materiais para as estruturas adicionais para a Vila e sub-vilas e containers de uniformes despachados da China.

Entre tudo que foi despachado para Lima, um cuidado especial com os cavalos do hipismo. "O transporte dos cavalos é um dos pontos mais críticos da operação. Para Lima, estamos deslocando cinco cavalos da Europa e dez do Brasil, cada um com necessidades específicas de cuidados", pontua a entidade. 

Já em solo peruano

Depois de muita coisa chegar antes dos atletas, nos últimos dias iniciou-se uma nova fase para receber quem terá a missão de estar nas competições em busca de índices olímpicos em 22 modalidades, além de medalhas. Os primeiros representantes do COB chegaram em Lima no sábado, dia 6, para deixar tudo pronto para quando as delegações começarem a chegar. 

"Toda a estrutura está praticamente pronta, com equipe dedicada para os ajustes finais em Lima. Os cavalos estão a caminho. Já posicionamos três containers na Vila para estocagem de material, as 50mil peças de uniformes foram recebidas e mais de 800 malas montadas. Tivemos três dias para terminar de montar as estruturas de serviços como bioquímica, psicologia, serviços médicos, análise de vídeo e entregar outros materiais nas sub-vilas", reforça o COB. 

"O planejamento para uma missão deste porte é extremamente complexo em todas as suas fases e agora começamos a preparação de toda a infraestrutura para receber os atletas. Nosso objetivo é sempre proporcionar a eles as melhores condições de competição. Tenho certeza que a logística que estamos montando vai ser muito benéfica para nossos atletas”, completa o dirigente. 

O COB precisou estudar bem várias questões de logística para evitar imprevistos e facilitar o deslocamento e descanso dos atletas. A localização de algumas modalidades fez com que atletas destes esportes ficassem longe da Vila Pan-Americana. “Dada a distância da instalação de competição para a Vila, o COB optou por alugar uma casa para o surfe para evitar o deslocamento diário para uma modalidade que depende de condições climáticas e não tem um horário fixo para competir”, detalha Joyce Ardies, gerente de Jogos e Operações Internacionais do COB.

Na Vila, o COB montará dois consultórios para serviços médicos, de fisioterapia e massoterapia exclusivos para o Time Brasil. Haverá ainda salas para bioquímica, preparação mental e análise de vídeo. Escritórios, salas de reunião e áreas de convivência para atletas e oficiais também estarão à disposição. Pensando em outras áreas fundamentais para um bom resultado, haverá espaço sobre Esporte Seguro, com informações sobre doping, abuso e assédio e prevenção de lesões.  

Além da Vila Pan-americana, os atletas brasileiros ficarão em outras seis bases, em instalações oferecidas pela organização do evento. Em Callao, ficarão boxe, taekwondo e wrestling. Huacho será a sede do remo e da canoagem velocidade. Esqui aquático, wakeboard e maratona aquática ficarão em Bujamas. Paracas será a casa da vela, enquanto Lunahuaná, da canoagem slalom. Haverá suporte do COB em todos os locais. Toda essa preparação do COB certamente servirá de experiência e aprendizado para um trabalho similar, mas ainda maior, que acontecerá durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem. 

Números

50 mil peças de uniformes da Peak

quase 800 integrantes na delegação

Seis bases no Peru estarão à disposição dos atleas, além da Vila

22 modalidades distribuirão vagas para os Jogos Olímpicos ou contarão pontos para o ranking mundial

Onze profissionais ficarão responsáveis pela preparação das malas com uniformes