O lateral-direito Daniel Alves (sem clube) concedeu a primeira entrevista desde que foi preso suspeito de estupro e afirmou "perdoar" a mulher de 23 anos que o acusa do crime. As declarações foram dadas ao jornal espanhol La Vanguardia, que conversou com o jogador de futebol na penitenciária onde ele cumpre prisão preventiva em Barcelona.

"Não houve uma única noite em que eu não dormisse em paz. Nem uma única noite. Estou com a consciência tranquila. Eu nunca machuquei ninguém intencionalmente. E nem ela naquela noite. Não sei se ela está com a consciência tranquila, se dorme bem à noite. Eu a perdoo, ainda não sei porque ela fez tudo isso, mas eu a perdoo", disse o atleta, detido desde 20 de janeiro.

O suposto abuso sexual teria sido cometido em 31 de dezembro do ano passado, em uma boate de Barcelona. "Estávamos dançando muito próximos por um tempo. Não nos beijamos, nem nada, mas era evidente, pelos movimentos e olhares, que havia uma atração."

O lateral afirma que em momento algum a mulher o interrompeu quando estavam no banheiro do estabelecimento. "Ela nunca me disse para parar e não fez qualquer gesto de querer ir embora. A porta estava aberta o tempo todo, ela poderia ter saído, porque eu estava sentado praticamente o tempo todo no vaso sanitário."

Questionado sobre a mudança de versões que deu ao longo dese período, o jogador argumentou que tentou salvar o próprio casamento com Joana Sanz. "Se alguém já amou de verdade, se conheceu, como eu, o amor verdadeiro, saberá que para manter esse amor se faz de tudo. E eu menti. Tive medo de perder a Joana e, por isso, menti. Lutei desesperadamente para salvar meu casamento da infidelidade", destacou.

"Assim que eu pude contar à minha esposa o que realmente havia acontecido naquela noite e pedi perdão, eu quis testemunhar novamente e dizer a verdade. Tenho certeza de que tudo isso que estou vivendo é um pesadelo. Espero que um dia acabe", completou o atleta.

Daniel disse, ainda, que só tem de ser perdoado pela ex-esposa. "Pedir desculpa à única pessoa a quem tenho de pedir desculpa, que é a minha mulher, Joana Sanz. A mulher com quem me casei há oito anos, com quem ainda sou casado e espero viver com ela por toda a minha vida. Já pedi perdão pessoalmente a ela aqui, na prisão, mas devo fazê-lo publicamente, porque a história é pública, a ofensa é pública e ela merece essas desculpas públicas."