25 anos da Copa Centenário

Em ano de grandes conquistas, rivais mineiros desprestigiam competição

Cruzeiro faturou a Copa Libertadores e o Atlético levantou a Conmebol, em uma temporada mágica para os mineiros

Wilson Gottardo levantou a taça da Libertadores celeste, e Valdir Bigode ergueu o caneco atleticano da Conmebol | Foto: Divulgação/Cruzeiro e Divulgação/Atlético
Daniel Seabra e Frederico Jota| @danielseabrabh @fredericojota
05/08/22 - 09h00

Um dos motivos que pode explicar o fracasso de público da Copa Centenário é o bom ano dos rivais mineiros em outras competições, o que pode ter feito o torcedor guardar dinheiro para ocasiões especiais. Em junho de 1997, por exemplo, o Cruzeiro conseguiu o maior público oficial registrado no Mineirão.

Na decisão do Campeonato Mineiro, a Raposa venceu o Villa Nova por 1 a 0, com 132.834 presentes nas arquibancadas - pouco mais de 74 mil pagantes. Este público, aliás, não poderá se repetir. O Mineirão foi reformado para a disputa da Copa de 2014 e, atualmente, tem capacidade para cerca de 64 mil pessoas, menos da metade do número de torcedores naquela ocasião.

Naquela partida, o Cruzeiro precisava da vitória para levantar a taça, pois havia perdido por 2 a 1, no jogo de ida, em Nova Lima. O gol do bicampeonato mineiro foi marcado por Marcelo Ramos, aos 9 min do primeiro tempo, depois de um passe de Palhinha.

Neste mesmo ano, as atenções celestes estavam totalmente voltadas para a disputa da Copa Libertadores. A Copa Centenário, inclusive, foi realizada durante a disputa da competição continental - a final da competição em Belo Horizonte ficou espremida entre as duas partidas da decisão da Libertadores, entre Cruzeiro e Sporting Cristal. Exatamente por isso, a diretoria celeste decidiu priorizar a disputa oficial, mandando o chamado ‘expressinho’ para a competição comemorativa.

Com um time bastante mesclado, a base da Raposa na Centenário contava com a maioria de reservas. No elenco estavam nomes como os atacantes Fábio Júnior e Roberto Gaúcho, o volante Marcos Paulo, além dos meias Cleisson e Geovanni, e do zagueiro João Carlos. O time foi comandado pelo auxiliar-técnico Wantuil Rodrigues, já que nem Paulo Autuori, técnico da equipe, esteve à beira do gramado.

Para se ter uma ideia, o Cruzeiro começou a disputa da semifinal, contra o Colo Colo, jogando a partida de ida no Mineirão, em 23 de julho, na vitória celeste por 1 a 0. na sequência, no dia 30, o time mineiro se classificou para a final, vencendo o time chileno, em Santiago, por 4 a 1, nos pênaltis, após ser derrotado por 3 a 2, no tempo normal.

O primeiro jogo da final da Libertadores, o empate por 0 a 0 com o Sporting Cristal, em Lima, no Peru, foi em 6 de agosto, em plena disputa da Copa Centenário. E a grande decisão, a vitória celeste por 1 a 0, no Mineirão, gol de Elivélton, aos 30 min do segundo tempo, ocorreu em 13 de agosto, somente quatro dias após a final da Copa Centenário.

Por outro lado, em 3 de setembro daquele ano, o Atlético estreava na Copa Conmebol, vencendo a Portuguesa, no Canindé, por 4 a 1, gols de Valdir Bigode (3) e Jorginho. na volta, após empate por 0 a 0, o Galo se classificou. Na sequência, nas quartas de final, o Galo passou pelo América de Cáli, com uma vitória por 2 a 1, na Colômbia, gols de Marques  e Jorginho, e um empate por 1 a 1, na volta, no Mineirão, gol de Edgar.

Nas semifinais, o Atlético passou pelo Universitario, do Peru, vencendo por 2 a 0, fora de casa, gols de Valdir e Jorginho, e com novo triunfo, por 4 a 0, no Mineirão, gols de Marques, Valdir (2) e Cairo. Na final, o Galo bateu o Lanus, por 4 a 1, na Argentina, gols de Bruno, Serrizuela (contra), Hernani e Valdir. E na decisão, no Mineirão, empate por 1 a 1, gol Jorginho, garantindo o título para o Alvinegro.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.

Leia também: