Na mesma proporção em que era bom de bola e técnico, Rincón tinha perfil de liderança e seriedade nos clubs por onde passou. O ex-jogador colombiano faleceu nesta quinta-feira após acidente de carro em Cali, que o fez ficar em coma por poucos dias antes de não resistir.
Assista aqui o vídeo do acidente com Rincón
'Causos' e polêmicas não faltaram na carreira do jogador, que teve passagens marcantes por Palmeiras e Corinthians, antes de jogar no Santos e Cruzeiro.
Na Toca da Raposa, Rincón foi comandado por Marcos Aurélio, que decidiu afastar o jogo e fazê-lo treinar com o time júnior do clube. Em entrevista ao programa Resenha, da ESPN, Rincón lembrou da situação, recordando quando o time profissional foi fazer um amistoso com os juniores, que contavam com sua presença;
"Falei com os meninos que podiam entrar duro porque eu estava na retaguarda. Tinha um volante no profissional, Marcus Vinicius, que ficava xingando os meninos e eu tomei as dores. Teve uma dividida mais forte comigo, ele ficou no chão e o Marcos Aurélio veio reclamar. Eu fechei os olhos e parti pra cima dele, era pra ter saído preso", brinca Rincón, durante o programa. "O pior pecado dele foi ter me 'rebaixado' pra time júnior'. Eu não levava desaforo pra casa, o que tinha que falar eu falava mesmo', conta.
Atrito com diretor do Corinthians foi gota d´água para despedida
No Corinthians, em 1999, Rincón foi embora após o Mundial de clubes. Uma situação que foi levada na brincadeira por um diretor foi o último capítulo da sua passagem pelo Timão.
"O zagueiro Batata estava contundido, o diretor queria renovar o contrato somente até o período dele se recuperar. Falei pra ele que, se não fizesse um contrato além da recuperação, eu iria embora, ele achou que era brincadeira. Acabou o Mundial e fui embora", afirma, também em entrevista ao Resenha.
Rincón teve problemas de relacionamento em virtude do perfil diferente que tinha. Muito competitivo, ele não lidava bem com jogadores 'folclóricos' como Marcelinho Carioca, Edílson e Vampeta.
"No Corinthians, não tinha tempo pra isso, era muita cobrança. Eu não estava ali pra fazer amizade e sim pra ganhar títulos e dinheiro. Se acontecesse alguma amizade, ótimo, mas a minha prioridade não era essa. Eu queria ganhar, não queria saber de palhaçada", cita.
Em 1999, o Corinthians foi eliminado pelo Palmeiras na Libertadores em duelo de grandes elencos do clássico paulistano. "Aquela derrota doeu demais, eram jogos decididos nos detalhes.O time do Palmeiras era forte. Tinha Arce, o Paulo Nunes, que enchia o saco demais, assim como o Galeano. Aquela briga por conta da embaixadinha do Edílson veio porque o Paulo Nunes tinha falado um tanto de coisa no jogo anterior", relembra.