Para os amadores, mas amantes do mundo futebolístico, qualquer piso, seja ele de grama natural, sintética ou até mesmo um terrão, já está de bom tamanho para bater uma bola. No entanto, os jogadores profissionais necessitam de um local adequado para o esporte de alto rendimento e, de preferência, um gramado em perfeitas condições e natural.

O Tempo Sports questionou alguns atletas sobre o assunto, visto que há centros de treinamentos e estádios brasileiros com a agora conhecida grama sintética, como a Arena da Baixada e o Allianz Parque, ou até mesmo a híbrida, a exemplo do Maracanã. A Arena MRV, futuro estádio do Atlético, ouviu pessoas do departamento de futebol para optar pelo gramado convencional.

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Um dos destaques do Cruzeiro em 2022, clube que sobrou na Série B do Campeonato Brasileiro, o meia Filipe Machado foi incisivo sobre o que prefere: jogar em grama natural. "Prefiro jogar no gramado normal. Agora, nós vemos lá na Arena da Baixada, na Arena do Palmeiras também, o gramado sintético. Na grama natural, ficamos mais confiantes para jogar", contou à reportagem.

Segundo ele, o tipo de chuteira a se usar não depende apenas do estilo do piso, mas de outros fatores, como altura da grama, umidade e o próprio jeito do atleta. "Eu já joguei no do Athletico, mas no Allianz Parque ainda não. Eu ouvi falar que em São Paulo ele é mais liso e a bola corre mais, enquanto em Curitiba a bola corre menos, pois tem bastante borracha", explicou o cruzeirense.

Matheus Cavichioli, experiente goleiro do América, corrobora a opinião do companheiro de profissão. Para ele, times como Palmeiras e Athletico levam vantagem sobre os demais clubes. "Eu prefiro o natural, porque nós não treinamos em um lugar assim (artificial), não temos um lugar assim, como outros clubes também não. Será que isso não acaba dando uma determinada vantagem para quem tem a possibilidade de trabalhar e treinar nesses lugares?", questionou.

Para ele, essas diferenças tornam o jogo desigual. "Vemos os donos desses estádios levando uma determinada vantagem frente os adversários. Eles sabem, porque às vezes a bola quica e corre, sobe... Por ser um piso onde todos têm acesso, é melhor o natural. Isso padroniza o torna o jogo mais equilibrado. Quem sabe um dia, todos também tenham acesso a um gramado sintético", explanou.

Entretanto, o alviverde de 36 anos afirmou que essa não pode ser uma desculpa. "Mas a gente está aí para jogar no artificial, no natural e até no que não tem grama. Tem uma diferença sim. Na grama natural molhada, ela quica e corre. Isso é fato. No artificial ou híbrido, isso é incerto. Mas não é aquele absurdo de diferente, a vantagem não é tanta assim. Por mais que você jogue uma ou duas vezes no ano, já sabemos como funciona. Além, claro, de assistir as partidas", explicou Cavichioli.

Principais estádios do Brasil e seus gramados

Mineirão: natural
Independência: natural
Arena MRV: natural
Maracanã: híbrida
Allianz Parque: sintético
Arena da Baixada: sintético
Nilton Santos: natural
São Januário: natural
Beira-Rio: natural
Arena do Grêmio: natural
Neo Química Arena: natural
Couto Pereira: natural
Nabi Abi Chedid: natural