O ano de 2021 tem sido diferente para o atual número três do mundo no tênis de mesa, Hugo Calderano. Acostumado a uma agenda agitada com treinos e competições, o mesatenista do Brasil atualmente está sem clube após rescindir contrato com o Fakel Gazprom Orenburg, da Rússia, devido à Guerra na Ucrânia.

No ano passado, Calderano que deixou o Ochsenhausen, da Alemanha, e foi para o Fakel Gazprom Orenburg, da Rússia. Junto ao clube o brasileiro garantiu boas vitórias na Liga da Europa de tênis de mesa e ficou invicto com 17 vitórias. No entanto, a situação no clube com relação à guerra fez com que o brasileiro mudasse os planos.

“Eles me receberam muito bem, eu tive bastante tempo para treinar também. Estava tudo correndo muito, muito bem, mas agora infelizmente eu tive que rescindir o contrato. Por razões óbvias, e então não vou mais jogar por esse clube”, conta o mesa-tenista do Brasil.

“Ainda não sei qual vai ser o clube que eu vou fazer na próxima temporada. Eu ainda estou avaliando as possibilidades e vou decidir em breve o que fazer”, afirmou.

Isoladamente, o maior jogador da modalidade das Américas de todos os tempos, Hugo Calderano está atrás somente dos chineses Ma Long, bicampeão olímpico, e Faz Zhendong, campeão mundial e líder do ranking com 8.598 pontos. Ao ser questionado sobre a possibilidade de atuar em uma liga chinesa, o brasileiro sinalizou que recebeu propostas para atuar em solo asiático.  

“Eu já tive várias conversas, mas por causa da pandemia eles estão muito fechados ainda. Então é muito difícil conseguir jogar lá nesse momento. Mas acho que assim que tudo abrir um pouco mais, pode ser com certeza uma opção. Espero conseguir organizar tudo. Acho que pode ser uma boa possibilidade para eu jogar contra vários atletas muito fortes lá da China”, revelou.

Tênis de mesa: Calendário 2022 ainda é incerto

Com relação a expectativas e progressões para os próximos torneios, Calderano conta que devido a pandemia de Covid-19, nos últimos anos, a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF – sigla em inglês) ainda não conseguiu voltar ao ritmo normal então não tem um calendário fixo.  

“É muito difícil saber as datas dos eventos e quais eventos vão ter. É bem difícil se planejar, projetar, mas eu tenho treinado. A gente nem sabe quais vão ser os próximos campeonatos, a gente tem mais ou menos uma noção, mas não tem quase nada confirmado ainda”, lamenta.

Apesar da imprecisão do calendário internacional do tênis de mesa, o mesa-tenista do Brasil tem um compromisso marcado, no dia 7 de maio, na Arena Carioca I, do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O local será palco do “Desafio Brasil x França” idealizado pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).  

Além do número 3 do mundo e ídolo do tênis de mesa nacional, também vão estar na disputa Vitor Ishiy (53º) e Eric Jouti (83º) defendendo as cores da seleção brasileira. O elenco verde e amarelo encarará Simon Gauzy (21º), Alexis Lebrun (214º no sênior e 1º no sub-19) e Can Akkuzu (77º), da seleção francesa.

Expectativa para os Jogos Pan-Americanos de Santiago 

Os Jogos Pan-Americanos de Santigo 2023 começam no dia 20 de outubro e terminam em 5 de novembro, no Chile. Na competição, Hugo Calderano é um dos favoritos já que além de ser número três no ranking mundial, conquistou quatro medalhas de ouro, no total, em Lima-2019 e Toronto-2015.

“O Pan é uma competição muito grande, muito importante, é quando o povo brasileiro acompanha. Eu acho que depois das Olimpíadas é a competição que mais tem visibilidade. Eu ganhei os dois últimos Pans e espero conseguir ganhar de novo em Santiago. Já estou acostumado a jogar com essa pressão de ser o favorito. Nas Américas eu conheço bastante os meus adversários, então espero conseguir chegar também bem preparado e conseguir mais medalhas para o Brasil”.

Jogos Olímpicos de Paris 2024

Sempre muito focado, Hugo Calderano soma em seu currículo marcas importantes no esporte olímpico nacional. Em 2021, encerrou sua participação nas quartas de final na disputa individual e por equipes nos Jogos Olímpicos, a melhor posição do Brasil no torneio. Além disso, possui resultados expressivos em Campeonatos Mundiais

“Eu acho difícil dizer que fiquei feliz com o resultado. Embora tenha sido um resultado muito bom, eu acho que cheguei com chances reais de conquistar uma medalha. Eu estive perto de conseguir essa medalha. Então eu quero mais do que as quartas de final”, conta.

O mesa-tenista que competiu pela primeira vez, em Jogos Olimpicos, no torneio do Rio reflete sobre a diferença para Tóquio e visa resultados ainda maiores no torneio de Paris 2024.

No Rio, eu era um atleta bem jovem e ainda estava ali por volta dos 50 no ranking mundial. Então, não tinha muita ambição de medalha e consegui jogar em nível altíssimo. Cheguei nas oitavas de final, na hora não era esperado. Eu espero continuar evoluindo para chegar em Paris e quem sabe conseguir essa medalha. Porque não até uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.