Neste sábado (2), o Mineirão recebeu o clássico mineiro, entre Cruzeiro e Atlético, com a presença das duas torcidas, pela final do Campeonato Mineiro. O cenário de 50% dos ingressos destinados a cada uma das torcidas não ocorria no Gigante da Pampulha desde 2017, e o estádio recebeu 53.572 torcedores, pouco menos de 10 mil abaixo da capacidade total.

Com o crescente cenário de violência no futebol, cresceu também a apreensão de torcedores em relação ao clássico de torcida mista. Como resposta, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), ao longo da última semana, preparou diversas ações de prevenção, além de destinar milhares de militares para atuar nos arredores do estádio, além de toda a capital mineira e outras cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Cerca de 1.500 policiais foram envolvidos diretamente no clássico, com efetivo que contou também com a presença do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), para trabalhar no monitoramento ativo de bairros e cidades da Região Metropolitana para evitar violência.

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Pelo balanço da PMMG, o resultado das ações foi positivo, sem nenhuma grande ocorrência antes e durante os jogos e resposta rápida para intervenção de pequenos incidentes. O Tenente Coronel Flávio Santiago, chefe do Centro de Jornalismo da Polícia Militar de Minas Gerais, falou com exclusividade à Rádio Super 91.7 FM, e além de fazer análise da atuação da corporação no clássico, destrinchou as ações de prevenção que deram tranquilidade aos torcedores no Gigante da Pampulha.

“O balanço da Polícia Militar é o melhor possível. Tivemos duas ações importantes e preventivas, uma delas em Betim, quando apreendemos vários bastões preparados para as brigas, inclusive com pregos adaptados. Também fizemos apreensão de um coquetel molotov e soco inglês no Anel Rodoviário, com algumas pessoas sendo detidas”, contou o Tenente Coronel.

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“Essas ações se somaram às outras que a PM fez, de mapeamento, ocupação de espaços, com vasto portfólio, tanto do comando de policiamento da capital, como do policiamento especializado. Isso foi importantíssimo, além, evidentemente, da Região Metropolitana como um todo, em que todos atuaram com muita maestria nesse sentido”, continuou.

Dentre as ocorrências relatadas no Posto de Comando da PMMG no Mineirão, foram citados três casos de furto, quatro casos de brigas entre torcedores, um caso de importunação sexual contra uma torcedora atleticana e um torcedor hostilizando um membro da imprensa. Além disso, dois torcedores do Cruzeiro foram retirados do estádio por estarem usando roupas de torcida organizada.

Logo após a partida, a PM seguiu trabalhando para garantir o retorno dos torcedores para casa e evitar conflitos em zonas de comemoração dos atleticanos, e afirmou que a PMMG fez um planejamento especial para esse momento.

“A Polícia Militar se preparou para esse pós-jogo com um grande efetivo também. Evidentemente que já havíamos mapeado as áreas de comemoração, e agora desloca seu efetivo para o escoamento de torcedores, blitz de Lei Seca também, para aqueles que, de alguma forma, burlam a legislação no que tange o consumo de bebida alcoólica”, concluiu o Tenente Coronel.