No início desta semana, o sócio majoritário do Cruzeiro SAF, Ronaldo Fenômeno voltou a fazer duras críticas à organização do Campeonato Mineiro. Após a derrota no clássico para o Atlético por 2 a 1, o ex-craque ficou insatisfeito com a atuação da arbitragem e prometeu levar sugestões para melhorias do Estadual à Federação Mineira de Futebol (FMF). Caso nenhuma mudança seja feita, Ronaldo especulou esvaziar o torneio, com a utilização das categorias de base da Raposa.
Em entrevista à Rádio Super 91,7 FM, o vice-presidente do Villa Nova, Cláudio Horta criticou as falas do novo dono do Cruzeiro. Com intuito de representar os clubes do interior, Horta acredita que faltou ao Fenômeno lembrar das equipes que possuem receitas de menores cifras.
“Fiquei surpreso com as palavras do Ronaldo. Porém, queria mostrar para ele e falar: ‘Ronaldo, você tem todo direito de querer defender as cores do Cruzeiro e levar sugestões para Federação. Porém, eu acho que você tem e deve lembrar que o Campeonato Mineiro é feito por três Clubes da capital e vários, do interior. Sozinho, você não vai alcançar nada’. Então, gostaria de contar com a boa vontade dele. Não fiz contato. Não tenho contato com Ronaldo. Eu acho que ele tem que sentar com todo mundo e a gente levar um pacote de sugestões para Federação Mineira’, pontuou o dirigente.
Sobre a possibilidade de o Cruzeiro escalar categorias de base nas próximas edições, caso a FMF não apresente mudanças, Cláudio Horta ressaltou que seria um ‘privilégio’ dos times de Belo Horizonte. “Ele tem o total direito e até sorte, porque ele consegue manter a categoria de base. Hoje, os Clubes do interior nem isso estão conseguindo. Mal mal a gente consegue disputar o Mineiro da Série principal. Categorias de base então, nem se fale”, acrescentou.
Outro ponto levantado pelo vice-presidente do Villa Nova foi a situação financeira dos clubes. Cláudio Horta acredita que uma boa discussão entre todos os envolvidos com o Estadual pode oferecer um ganho no orçamento de todas as equipes.
“Vamos tentar abrir um diálogo de toda uma estrutura do futebol, incluindo clubes do interior e da capital, porque são questões que, se bem trabalhadas, vão beneficiar a indústria do futebol. Hoje, o Ronaldo não pode esquecer um clube do interior. Ele gera receita, distribui renda, gera emprego. Então tem toda uma cadeia envolvida”, concluiu.
SAF
Desde o início do ano o Villa Nova contratou três empresas para cuidar das áreas jurídica, financeira e de valor de mercado do Leão, com o intuito de se tornar Sociedade Anônima do Futebol. De acordo com Cláudio Horta, os dirigentes seguem debruçados no trabalho de venda das ações do time de Nova Lima, mas a concretização do negócio deve ocorrer apenas após o Mineiro. Cláudio também apresentou algumas dificuldades encontradas pela gestão antes de assinar com um investidor para o Villa SAF.
“Assumi o Villa Nova em 2021. Em outubro deste ano, nosso mandato termina. A última gestão não nos passou nenhum tipo de documentação da gestão passada. Para vocês verem o que é um problema estrutural do futebol. Então tudo é muito lento. Nós estamos trabalhando conversando com investidores. Mas investidor quer segurança jurídica. Investidor quer entender o que a gente pode ter de receita nos próximos anos. E isso vai depender de contrato com televisão, de patrocínio, de calendário e etc.”, comentou.