Na edição do Mundial de Clubes do ano passado, também na Polônia, a reportagem do jornal O Tempo pôde constatar o fanatismo dos torcedores locais. Enchendo os ginásios e comparecendo com tambores, faixas e muitos gritos, eles são apaixonados pelo esporte e pelos clubes. A cada ponto, o barulho é ensurdecedor para pressionar o adversário a todo momento.

Já no começo desta temporada, o oposto brasileiro Rafael Araújo viu de perto como se comporta a torcida do Resovia. O jogador defende o Onico Warszawa depois de duas temporadas atuando pelo MKS Bedzin. "A torcida polonesa é diferente. A do Resovia ainda mais, é especial mesmo. Eles são organizados e numerosos. Os fãs me impressionaram bastante, fazem uma festa muito bonita nas arquibancadas", garante.

Os jogadores do time sabem bem do suporte que vem de fora para eles conseguirem dar seu melhor dentro das quatro linhas. "Temos uma torcida grande que nos motiva muito a cada jogo. Eles nos incentivam para que joguemos nosso melhor a todo momento", agradece o ponta Nicolas Szerszen, que chega ao elenco após experiência no vôlei universitário dos Estados Unidos. 

"Uma das coisas mais legais que eles demonstram é o fairplay. É uma torcida quente, que gosta e entende de vôlei, mas que respeita bastante os adversários. Eles fazem um espetáculo bonito demais e sabem acolher bem o time que apoiam", comenta Rafael Redwitz, levantador brasileiro que também defende o Resovia. 

Quem sentiu na pele a paixão da torcida polonesa foi o ex-jogador Damião, brasileiro que defendeu, como oposto, o Skra Belchatow na temporada 2007/2008. Até hoje, ele guarda lembranças positivas sobre a experiência. "Lá é demais! Foi, sem dúvida nenhuma, um dos melhores lugar que joguei na minha carreira. O vôlei lá tem o mesmo peso ou até maior que o futebol. Todos os jogos são lotados, a torcida é muito apaixonada e o reconhecimento profissional é incrível", conta. "Quando cheguei, não sabia desta paixão deles pelo vôlei. Fiquei impressionado e até hoje agradeço pela oportunidade", afirma. 

Mesmo mudando de sede, a tendência é de um Mundial com as torcidas de novas cidades mostrando todo seu entusiasmo com a modalidade. "É legal ver outros polos aparecendo no Mundial. Em situações como esta, a gente consegue perceber porque a Polônia tem uma das melhores seleções do mundo, porque este país é considerado um dos principais no planeta quando o assunto é vôlei", afirma o cubano Simon, do Lube. No ano passado, o jogador participou da competição vestindo a camisa do Sada Cruzeiro, fazendo parte de jogos nas cidades de Opole e Cracóvia.