Abraçado

Brasileiro do Al Rayyan passou por testes com a seleção de Renan Dal Zotto

Ponta Marcus Vinicius contou com ajuda do seu treinador Carlos Schwanke, assistente no time verde-amarelo, para uma experiência de grande valor em Saquarema

Jogador rumou para Oriente Médio depois de atravessar boa fase no Blumenau (SC) | Foto: FIVB - Divulgação
Daniel Ottoni| @superfcoficial
05/12/19 - 15h05

Em poucos meses, o ponta brasileiro Marcus Vinicius, que defende o Al Rayyan, do Catar, no Mundial de clubes de vôlei masculino, teve seguidas experiências internacionais que certamente não estavam nos seu planos recentes. Depois de treinar com a seleção brasileira no CT de Saquarema (RJ), ele integra o grupo que disputa, até domingo, a competição entre clubes no ginásio Divino Braga, em Betim. O Al Rayyan ganhou vaga no Mundial depois de ver os dois primeiros colocados da 'Champions' asiática serem punidos. 

A presença do técnico Carlos Schwanke na comissão técnica de Renan Dal Zotto fez toda a diferença para dias de treinos que estarão na memória por muito tempo. "Quando recebi o convite, não acreditei, foi uma grande surpresa. Foi uma experiência sensacional, estive durante seguidos dias ao lado de jogadores renomados. Treinei e aprendi muito, só tenho palavras de elogio e agradecimento para o Renan, Schwanke e os jogadores. Eu me senti em casa durante estes dias, foi algo que vou levar pro resto da vida", comemora. Em Betim, ele reencontra o levantador Bruninho, do Lube (ITA), que esteve ao seu lado nos dias no litoral fluminense.

"Ele foi muito legal como, assim como o Lucarelli. Pude mostrar meu lado pessoal e profissional, fui abraçado por todos", agradece. 
Foi com a presença de Schwanke na comissão técnica do Al Rayyan, há dois anos, que o vôlei de Marcus Vinicius cresceu. "A relação que temos é de pai e filho, ele me ajuda muito e acreditou em mim quando nem eu mesmo acreditava. Veio falar comigo sobre meu potencial e sou grato por isso", reforça. 

Estrelas ao redor

Há cinco anos no Oriente Médio, ele passou por um período sem jogos oficiais, quando somente treinava e atuava em amistosos. Tudo para ter o visto de residente, um processo que muitos atravessam no país para se estabelecer. "Quando recebi o documento, tive a chance de jogar contra caras como N´gapeth e Leon. Leal e Simon também jogaram por lá, mas somente assisti aos jogos, ainda estava no processo de regularização", conta. Hoje, ele é um 'local' nos jogos do campeonato nacional. Nos torneios internacionais, Marcus segue como estrangeiro. 

Convite após vídeo do Youtube

No Mundial de clubes, o ponta mostra o talento que fez o time do Catar o convidar para um período de testes há cinco anos depois de assistirem a vídeos no Youtube. "Eu estava em uma boa fase defendendo o Blumenau quando recebi esta proposta. Era a chance de fazer um contrato longo e ter alguma estabilidade. Sou de origem humilde, a ideia era ajudar minha família", lembra. No sábado, pela primeira vez, a mãe de Marcus Vinicius vai assistir, ao vivo, um jogo do filho desde que ele se tornou profissional. 

"O começo por lá foi difícil, eu era muito novo, não falava o inglês, aprendi tudo sozinho, morava com outros estrangeiros do time. A língua e a comida são muito diferentes, existem várias regras também para serem cumpridas, uma realidade totalmente distinta do Brasil. Mas eu valorizei o gesto deles de abrirem as portas, hoje estou adaptado e muito feliz", reconhece. Apesar de estar bem no Al Rayyan, ele garante que segue pensando em retornar ao vôlei brasileiro.  "Houve boatos de que eu receberia uma proposta para me naturalizar, mas ainda não chegou nada a mim. Sou patriota, se tiver a chance de voltar ao Brasil, estarei à postos", garante. 
 

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