Cachopa celebra afirmação com novo momento dentro do Sada Cruzeiro

Na premiação dos melhores do Sul-Americano de vôlei, conquistado pelo Sada Cruzeiro, o levantador Fernando Cachopa, do time celeste, pode ter pensado que não teria o devido reconhecimento quando o levantador Brajkovic, do UPCN (ARG), foi eleito o melhor da sua posição. A torcida que lotou o ginásio do Riacho, em Contagem, fez questão de gritar o nome de Cachopa para dar aquela moral, segundos antes dele ganhar o prêmio de MVP, que fez o poliesportivo explodir com a nomeação. O sorriso no rosto do levantador deixou clara sua satisfação em ganhar um importante e inédito prêmio. A medalha de ouro deu ao Cruzeiro a presença garantida no nono Mundial seguido.

"Foi o meu primeiro prêmio de MVP como profissional e é muito especial, de verdade. Na minha opinião, não tivemos as nossas melhores atuações da temporada. Na semifinal, por exemplo, acho que jogamos abaixo do que estamos acostumados. Mas são coisas que acontecem no esporte e temos que saber sair de situações difíceis também. Independentemente da premiação, queria que o clube tivesse o melhor resultado possível no campeonato", analisa. 
  
Após uma temporada de dúvidas e críticas por parte da torcida do Sada Cruzeiro, o levantador Fernando Cachopa mostra que o período não tão longe assim foi primordial para seu crescimento e afirmação. Na atual edição da Superliga, a sua segunda como titular no time do técnico Marcelo Mendez, o armador celeste, de apenas 24 anos, mostra um desempenho de alto nível que tem feito o time chegar longe nas competições que disputa. Até aqui, são cinco finais e três títulos (Mineiro, Copa Brasil e Sul-Americano), com taças que passaram diretamente pelas mãos do atleta gaúcho, natural de Caxias do Sul (RS).

A sequência dentro do time azul foi uma aposta do treinador argentino, que o consegue de várias temporadas, desde quando ele ainda era a terceira opção. "O Marcelo foi um cara que apostou em mim desde a minha chegada aqui no Sada. Me colocou na equipe profissional, me colocava em quadra muito tempo, mesmo muito novo, me cobrava e ainda cobra muito nos treinamentos, e me deu a chance de atuar efetivamente. Ele confia muito nas peças em que ele tem na mão e passa isso para o grupo. Comigo não é diferente", agradece.

Aprendendo com os melhores

Cachopa foi um privilegiado por ter atuado ao lado de algumas das maiores referências na atualidade dentro da sua posição. Quando ainda buscava vaga de titular no Sada Cruzeiro, aprendeu de perto ao ter, durante uma temporada inteira, nomes como de William e do argentino Nico Uriarte.

"Eu sempre tentei aprender muito com todos os levantadores com quem joguei. Acho que sempre tentei filtrar as melhores coisas que cada um fazia na rotina e tento agregar a mim e ao meu jogo. Passei um período grande com o William aqui no Sada Cruzeiro, desde que subi das categorias de base. Na época o William e a equipe que se tinha aqui eram excepcionais. A precisão com que ele jogava, a velocidade, as fintas que ele fazia. Logo após esse período, tive um ano em que trabalhei com o Uriarte, que foi um cara incrível para o meu crescimento também. A personalidade tranquila dele, as tomadas de decisões corretas em momentos certos, a maneira como ele bloqueia, saca e levanta são um pouco fora da curva para levantadores com a estatura dele", revela.

Um reserva de luxo

A evolução lhe abriu portas dentro da seleção brasileira, quando teve a companhia de Bruninho, um nome reconhecido internacionalmente. Nos torneios em que o filho de Bernardinho não atuou, coube ao jogador do Sada Cruzeiro assumir a posição de titular para corresponder e mostrar seu valor.

"Acho que o Bruno é um exemplo a ser seguido, não só por mim e levantadores, mas atletas de uma maneira geral. No curto período que tive na seleção com ele no ano passado, vi o quanto ele é diferente e como ele exerce bem a função de líder dentro das equipes por onde ele passa. Além de ser um grande levantador tecnicamente e taticamente falando (tive a sorte de ver ele fazer coisas muito legais em treinos e jogos), é uma peça que todos os membros da equipe respeitam e podem se apoiar", completa.

As boas atuações certamente deixaram Renan Dal Zotto, técnico da seleção, com uma dúvida a mais sobre quem convocar para a Olimpíada de Tóquio 2020. "Eu me policio o máximo para não pensar sobre isso. Não quero dar um passo maior do que a perna. Penso muito em como fazer para ter bons resultados agora no final da temporada com o clube. O que acontecer depois é consequência do trabalho que vem sendo feito diariamente", afirma. 

Números 24 anos
1 prêmio de MVP como profissional
3 títulos na atual temporada
5 torneios disputados na atual temporada
5 anos de Sada Cruzeiro

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