Já sentiu na pele

Central Isac apoia manifestações contra o racismo de jogadores da NBA

Jogador do Sada Cruzeiro sabe como voz dos atletas podem fazer a diferença no combate contra todo e qualquer tipo de preconceito

Isac pede agressividade no time para que liderança seja confirmada nesta quinta-feira | Foto: DOUGLAS MAGNO
Daniel Ottoni| @dottoni
27/08/20 - 14h08

Ter convivido com o racismo por diversas vezes, desde muito novo, não fez o central Isac, do Sada Cruzeiro, se acostumar com este tipo de preconceito. E nem poderia. O jogador, que também defende a seleção brasileira, sabe como qualquer gesto de discriminação pode ficar marcado, merecendo ser combatido de todas as formas. 

"O racismo é algo tão presente na nossa sociedade que, às vezes, passa despercebido. De toda forma, quem é negro sente. Eu vim de uma classe social mais baixa e convivi com situações que se tornaram corriqueiras. Chegou o momento disso ser mais debatido e combatido. Para quem sofre, deixa marcas e cicatrizes além daquele momento, é uma coisa que se carrega pro resto da vida. Somos todos iguais, é preciso que essa bandeira contra o racismo seja levantada para evitar qualquer tipo de constrangimento", comentou o jogador, durante live nesta quinta-feira realizada pelo advogado e empresário esportivo Marcel Camilo. 

Isac dá total apoio à manifestação recente de jogadores da NBA, que se recusaram a entrar em quadra depois de mais um caso de um policial branco agredindo um cidadão negro, agora com sete tiros. O central do Sada Cruzeiro sabe como a voz esportiva pode ser importante e fazer a diferença neste momento.

"Os atletas são formadores de opinião, esse movimento mostra a intolerância contra este tipo de violência, é algo que repercute bastante. Quanto mais gente ficar sabendo desse tipo de posição, mais momentos como este, de combate, poderão existir. É uma pena que uma situação como esta tenha se repetido, não deveria acontecer, mas sabemos que outros milhares de casos acontecem com alguma frequência", lamenta. 

Em outros tempos, sabe-se lá porquê, este tipo de constrangimento era considerado normal ou tido como brincadeira. No entanto, a realidade atual é outra. "Isso fere muito, ainda mais com o passar dos anos, e precisa ser combatido, mesmo que alguns ainda achem que é normal. Não é agradável receber esse tipo de tratamento, isso nem deveria existir e é muito importante falarmos sobre", pontua. 

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