Vidas negras importam

Racismo é combatido por centrais do Sada Cruzeiro em live na quarentena

Isac e Cledenílson falaram sobre o tema em encontro neste sábado; baiano lembrou de caso sofrido em ex-clube

Por Daniel Ottoni
Publicado em 07 de junho de 2020 | 12:57
 
 
Agência I7

O encontro de dois centrais que já estão confirmados para a próxima temporada do Sada Cruzeiro, neste sábado, trouxe à tona assuntos que estão sendo amplamente debatidos nos dias de hoje. Mais velho, com 29 anos, Isac foi o responsável por comandar a live, que teve Cledenílson como segundo convidado. O baiano de Santo Antônio de Jesus, com seus 2,10m, parte para sua segunda temporada no time celeste, enquanto Isac, com muitas convocações para a seleção brasileira, caminha para o oitavo ano no Sada Cruzeiro.

Além dos treinos na quarentena, eles falaram sobre o racismo, que está gerando protestos em muitas partes do mundo após o assassinato do negro George Floyd nos Estados Unidos por um policial militar. "Já vimos e vivenciamos isso, não queremos mais passar por isso nem ver o outro passando. A cor da pele não vai mudar nada, espero que este assunto siga sendo falado por muitos anos. O que aconteceu não pode ficar impune. Somos influenciadores e temos que nos manifestar, temos voz para mudar isso, não podemos nos calar. Pele e classe social não definem nada, o que está acontecendo nesta semana vai ficar marcado na história", conta Isac. 

Cledenílson contou que já foi vítima de racismo, algo que parece estar encravado na sociedade. "É algo desnecessário, já sofri muito e essas coisas não acontecem desde agora. Temos que levantar a cabeça, teve vez que chegou a doer. Já  sofri até dentro do vôlei, dentro de um clube que joguei. A raça negra tem muita coisa pra mostrar para o mundo todo", afirma. 

Os dois seguem a cartilha de treinamentos do preparador físico Fábio Correia, improvisando como dá, dentro de casa, obedecendo ao isolamento social. Isac tem a ajuda de um personal do Rio de Janeiro para manter a forma, enquanto Cledenílson teve que se virar entre quatro paredes enquanto a academia da sua cidade natal não era aberta. "O físico bom está voltando só agora, ficamos muito tempo parado", lamenta o jogador, que vai completar 22 anos nesta terça-feira.