Caminhos cruzados

Na comissão da seleção chinesa, técnico do Obras enfrentará Mendez

Técnicos se enfrentaram na condição de jogadores e voltarão a duelar, agora como treinadores.

Por Daniel Ottoni
Publicado em 01 de março de 2019 | 13:27
 
 
Juan Serramalera e Marcelo Mendez se enfrentaram quando ainda eram jogadores e voltarão a se encontrar como técnicos Obras/Divulgação

O mundo da bola dá voltas e coloca antigo companheiros, amigos de sempre, como adversários do presente e futuro. No Sul-Americano de clubes de vôlei masculino, o técnico do Obras de San Juan (ARG), Juan Serramalera, é conhecido de longa data de Marcelo Mendez, técnico do Sada Cruzeiro, que estará do outro lado da quadra nesta sexta-feira pelas semifinais. 

Quando Mendez era um central experiente, teve Juan, ainda nos seus primeiros anos de jogador, como oponente. Anos depois, os dois, agora técnicos, se reencontram como adversários no torneio que termina neste sábado e dará vaga no Mundial de clubes.

Como se não bastasse, eles voltarão a se enfrentar no início do segundo semestre. Juan é assistente-técnico da seleção chinesa, que vai enfrentar a Argentina, agora comandada por Mendez, no Pré-Olímpico para os Jogos de Tóquio em 2020.  A disputa, que ainda tem Canadá e Finlândia no grupo, vai acontecer em território chinês.

"Talvez seja o grupo mais equilibrado de todos, mas temos nossas chances até por sermos anfitriões. Conhecer bem os jogadores argentinos pode ser uma vantagem a nosso favor, mesmo com muitos fora do seu país. Desde quando estes atletas eram muito jovens que os acompanhamos", conta Juan, que chegou a ser treinador de Nico Mendez, filho de Marcelo, em território argentino.

Há dois anos trabalhando como auxiliar de Raul Lozano, um dos grandes treinadores do vôlei mundial, Juan vê de perto o crescimento do vôlei masculino chinês, que ainda segue atrás das mulheres, já consagradas com três títulos olímpicos. No caminho da evolução da liga local e também da seleção, um fundamental intercâmbio.

"A última temporada foi a com maior número de estrangeiros. Esta troca de experiência é fundamental para o desenvolvimento dos jogadores. Temos muitos técnicos de fora chegando também. A China é um gigante, um país com potencial impressionante. No entanto, o vôlei masculino não teve as mesmas possibilidades do feminino, de ter uma treinadora como a Lang Ping trabalhando nos Estados Unidos e Europa. Aos poucos, vamos tentando diminuir a distância para os países ocidentais. Temos muitos jogadores jovens e altos, que cresceram muito na última temporada. Estar no Mundial foi uma grande vitória, vamos trabalhar duro para estar em Tóquio", afirma. 

Conhecedor de Marcelo Mendez há muitos anos, ele garante que a seleção argentina está em boas mãos. "Ele e o Horacio, seu assistente, são ótimas pessoas e excelentes profissionais. Possuem experiência internacional, o que é fundamental para comandar uma seleção. Tenho grande admiração por eles e estou certo que conseguirão fazer um bom trabalho", pontua.